02 janeiro, 2010

As perguntas que o Expresso não fez - III

PERGUNTAS NA ÁREA POLITICA
A pergunta 2 "José Sócrates vai fazer um acordo com o CDS?" seria mais correctamente argumentada se o Expresso o tivesse considerado inevitável. É que a informação golpista não vai parar de massacrar Sócrates nas primeiras páginas dos jornais. O PiG não perdoa o facto de Sócrates não seguir a recomendação de governar com a direita

Em vez da pergunta 4 - "Passos Coelho vai tomar conta do PSD?" deveria ter perguntado: "Vai o PSD conseguir afirmar a sua identidade?". Vejamos, no DN de 30 de Dezembro, reputados comentaristas e politólogos como são Soromenho-Marques, João Cardoso Rosas e André Freire dizem que a liderança está longe de ser o principal problema do partido - que é o da definição de uma identidade distintiva face ao PS. "É um problema de não ter função". Durante as campanhas eleitorais a CDU repisava esta tese, afirmando que entre as políticas do PS e do PSD não haver significativas diferenças. Outras vozes se lhe juntaram...

PERGUNTAS NAS ÁREAS ECONOMIA & FINANÇAS
Falta a pergunta 14-A "Em consequência do agravamento do preço do petróleo, justifica-se o novo aeroporto?. Ao admitir que o preço do barril para 90 dólares, irão confirmar-se os pressupostos de aumento do tráfego aéreo? Circula por aí uma petição que coloca esta pertinente questão. Não o faz associando a conjunturas de aumento do preço mas sim à sua escassez.

Falta a pergunta 21-A "A situação do BCP não vai colocar em risco o nosso sistema financeiro?" O facto do maior banco privado português estar na mão de meia dúzia de clientes e o Banco de Portugal quer conhecer exposição do BCP à dívida da Mota-Engil que atinge quase 2 mil milhões de euros são aspectos preocupantes? Acresce outro facto: o “BCP foi inquirido, há alguns anos, pelo BdP sobre a sua exposição ao risco do grupo Teixeira Duarte, com a agravante de esta empresa ser grande accionista da instituição financeira, o que não acontece com a Mota-Engil. Em causa, estavam, os créditos dados pelo BCP à Teixeira Duarte e à Cimpor, e que era controlada, em termos de gestão, pela construtora”.

Falta a pergunta 25-A "Que semanário irá analisar os problemas das PME?". Isso mesmo, a seguir à grande pergunta 25. Nesta, questiona-se se as privatizações vão continuar. O Expresso quer ter as Grandes, Muito Grandes e Enormissimas Empresas, atentas ao que se vai passar. Quanto às Nano,Mini,Micro,Pequenas e Médias Empresas o Expresso... zero, nada,nicles. Será que vão existir em 2011? Que raio! São muitas (255 Mil empresas = 99,6% das empresas nacionais.2 Milhões de postos de trabalho = 3/4 do emprego criado).

PERGUNTAS NA ÁREA SOCIEDADE
Falta a pergunta 31-A "Vai haver avaliação dos jornalistas?" ou, com outra formulação: "O que vai passar a ERC a fazer para assegurar uma comunicação condizente com a sua Missão?" ou ainda "Será que vai actualizar o seu site para eu poder cumprir melhor os objectivos do meu blog?" (ver monitorização da imprensa)

PERGUNTAS NA ÁREA DA JUSTIÇA
Falta a pergunta 47-A "As contas offshore vão continuar a engordar?". Esta pergunta esperava que constasse. Isto porque o Expresso publicou, na sua edição de 28 de Novembro o artigo “Fuga recorde para offshores” dando conta da "pipa de massa" que andam por lá. Eu, na altura, comentei para o meu painel de juízes. Brinquei com o facto do autor do artigo não ter contextualizado o tema nas sua diversas vertentes. Dei àquelas notas o subtítulo "O capital não tem Pátria! Nem Mátria! Coitado, é órfão…". Passo a transcrever partes desse meu escrito trocista:
Maria José Morgado escreve à assessora de Obama e ao Papa Bento XVI, sobre o ranking dos crimes mais rentáveis que recorrem às offshore (ver aqui). Obama, após ouvir atentamente a missiva e troca de impressões com a assessora, escreve e divulga comunicado sobre as medidas para limitar os benefícios das contas offshore nos EUA (veja notícia no blog do Times). Ainda segundo o Times o Papa Bento XVI está preparando uma nova encíclica que terá um capítulo especial intitulado "Fraude e Fisco" onde fará condenação moral dos actos fraudulentos e dos paraísos fiscais que se abrem à ocultação de patrimónios. Algumas fontes afirmam que a nova encíclica se inspira nos textos que Maria José Morgado fez chegar ao Vaticano.

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