31 agosto, 2010

Há quem mantenha os seus hinos e não hipoteque as canções...


... "E se a reconhecida Carvalhesa será no início de Setembro tocada por orquestras sinfónicas, "a maioria dos militantes nem os hinos dos partidos conhece",(...) "a importância da música tem vindo a diminuir. O maior corte foi "nos anos 80, com a profissionalização dos partidos, passaram a ser as agências de comunicação a escolher as músicas, que já nem sequer tem uma componente ideológica"

A legenda foi retirada do texto do DN que merece leitura atenta e alguma reflexão. Sublinho apenas "as agências de comunicação" recomendaram Vangelis e musica de filmes, tipo "Now we are free" ou até música "pimba". Assim, o marketing eleitoral empurra para os alto falantes, falas que nos são distantes ou falsas. Mas isto não é assim em toda a linha... estão aparecendo novas canções e há quem as abraçe, promova e com elas se comova, sentindo-se mais português!

E, não tendo dito ainda, sempre vos vou dizendo que há partidos que se mantêm fiéis à música de raiz popular e aos seus hinos. Não acreditam? Podem ir à Quinta da Atalaia, dias 3, 4 e 5 de Setembro, a uma Festa com nome de hino, ouvir e ver outros hinos que, a mim, me fazem sentir inteirinho dentro deles...

30 agosto, 2010

Estratégias de manipulação - 2 (com sms do meu neto)

No meu post "Estratégias de manipulação 1 - (O que fazem a todos nós, faço eu ao meu neto, coitadinho)" apresentei 5 das estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedade. Fiz, e continuo hoje, um texto levezinho destinado a quem ainda está de férias gozando o verão. Meti o meu neto "ao barulho" como cobaia e a exemplificar 5 das 10 tenebrosas situações reais, de como fazer de nós meros instrumentos de interesses que, claro, são inconfessáveis. O texto sério (mesmo muito sério) fui busca-lo, como anteriormente escrevi, ao "Largo das Calhandreiras". Quem não se atinar com este humor, pode ir lá espreitar, por favor. Só terá a ganhar...

Recebi um sms do meu puto, com 1 ano. Vejam o que me diz: ", vê se proteges a minha imagem, lá porque olho para o "Baby First" de vez em quando, não julgues que vou ficar especado frente à TV a ver tretas e cometas, que sou manipulável e que os pais vão desatinar sem pachorra para se aturar. Ficas proibido de me meteres nesses teu posts, mesmo que gostes..."

Claro que vou ter que mudar, sempre que tenha de exemplificar...

RESUMO DO POST ANTERIOR: Dizia eu que havia 5 estratégias de manipulação da populaça : a primeira distraindo-a do essencial, com coisas alarmantes; a segunda, criando caso esturrado para depois aparecerem como salvadores os agentes do esturro; a terceira, ministrar "dozes cavalares" em regime de conta-gotas, para o povo não dar conta; a quarta, fazer doer dizendo e repetindo que é para acabar com o seu futuro sofrer. A quinta, falar de tudo isto como se a população portuguesa não tivesse mais do que 12 anos. Todas as estratégias são bem apoiadas, por texto bem editado e repleto de fotografias nos jornais de todos os dias...

POST DE HOJE: Apresentam-se as 5 restantes estratégias, a saber:

6 - UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Não posso dar exemplos com o meu neto, pois ele pediu para não o fazer, mas não custa nada dar exemplos do que observamos por aí, tipo “vem aí o papão”, “…olha que ficas fechado na dispensa” ou, na variante feliz, “se não te portas bem, digo ao Pai de Natal”. Tais técnicas resultam frequentemente, sobretudo nos adultos que passaram pelo crédito ao Pai de Natal. Fazer uso do aspecto emocional é, assim, uma técnica clássica para causar um curto-circuito na análise racional, e pulverizar o sentido crítico dos indivíduos. Por exemplo “vamos entrar na banca rota”,”o país está à beira da ingovernabilidade” ou “o país está no limiar da insustentabilidade”, etc.


7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que os putos aprendam o básico o mais tarde possível é uma formulação estratégica importante, baseada na tese de que os putos são incapazes de compreender. Levar tais cuidados retardadores da aprendizagem até à idade adulta é fundamental, designadamente quanto à compreensão das tecnologias e os métodos utilizados para seu controle. Lei estratégica de referencia: “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneçamos impossíveis para o alcance das classes inferiores”. Assim, o meu neto se ficar pelo secundário, será naturalmente um ignorante. Se entrar para a universidade, poderá ser um medíocre com canudo ou um licenciado ministeriável, tudo dependendo da bolsa… do pais dele. O papel relevante desta estratégia compete ao ensino. Mas a imprensa tem participação significativa quer por omissão quer por entrevistas concedidas a tolinhos e patrões da industria, comércio e afins...


8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Isto é, levar as histórias do “Capuchinho Vermelho”, do “Ali-baba e os 40 Ladrões”, "Carochinha" e o “quem deu foi o Pai de Natal” até o mais tarde possível. Depois passar aos “Morangos com Açúcar” e outras novelas que estão nos tops das audiências. Estas são fórmulas de uso perfeito que podem ser associadas em fases posteriores a uma imprensa que faz do culto da futilidade a fórmula que atropela todos os valores, todos, todos, todos… fixando como objectivos máximos de vida: Passar férias numas ilhas paradisíacas; Fazer uma grande viagem; Adquirir a ultima versão do iphone ou juntar muitos amigos no facebook


9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
“És um grande nabo”, “Não tens a quem sair”, “Olha para o menino do 2º andar, vês ele fazer uma coisa dessas?” São palavras que se ouvem por aí e prolongadas pelo culto do sucesso individual em confronto com o insucesso de cada um fazendo com que estes acreditem que são somente eles os culpados pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema económico, o individuo se auto-desvaloriza e culpando-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua acção. E, sem acção…


10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
Para entendimento deste pondo é indispensável ler todos os posts que se encontram no baú "Ser Humano". Isto porque o sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele próprio se conhece a si mesmo (estas técnicas evoluíram muito com a Rogériografia do cérebro humano). Isto significa que, na maioria dos casos, o sistemas existentes exercem um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos. As estas tecnologias tendem a associar-se outras de controlo presencial baseados em chips aplicados nas viaturas, videovigilâncias em tudo o que é lugar, etc.

CONTINUA (claro, ou pensam que um povo amorfo se obtem apenas com 10 estratégias?)

29 agosto, 2010

Homilias dominicais (citando Saramago) - 4

Numa das minhas homilias anteriores (a 2ª editada em 15 de Agosto) um amigo que muito prezo, do blogue "Mar Arável", comentou assim "Conhecendo pessoalmente Saramago duvido que se visse como apóstolo mas tão só como cidadão impoluto português e do mundo". Não tendo tido tal honra, partilho dessa impressão. Contudo, acho que a sua memória não será traída por este nosso movimento de a fazer perdurar no gesto de quem se queira assumir como "embaixador" (significado etimológico da palavra apóstolo) das suas reflexões. Assim o façam respeitando-lhe o sentido. Pena que não possa corrigir-nos eventuais desvios...


O interrogatório do homem que saiu de casa
depois da hora de recolher
começou há quinze dias e ainda não acabou
Os inquiridores fazem uma pergunta em cada
sessenta minutos vinte quatro por dia
e exigem cinquenta e nove respostas diferentes para cada uma
É um método novo
Acreditam que é impossível não estar a resposta verdadeira entre as cinquenta e nove que foram dadas E contam com a perspicácia do ordenador para descobrir qual delas seja
e a sua ligação com as outras
Há quinze dias que o homem não dorme nem
dormirá enquanto o ordenador não disser não preciso de mais ou o médico não preciso de tanto
Caso em que terá o seu definitivo sono
O homem que saiu de casa depois da hora de recolher não dirá por que saiu
E os inquiridores não sabem que a verdade está na sexagésima resposta
Entretanto a tortura continua até que
o médico declare
Não vale a pena

(José Saramago, in O Ano 1993)

A HOMILIA DE HOJE

100 CIDADES PROTESTAM - 100 cidades protestam contra apedrejamento de Ashtiani no Irão. O movimento culmina muitos dias de divulgação dramática de tal desumanidade ocupando, com a imagem quase imaculada de um rosto de mártir, as primeiras páginas da imprensa do mundo tido por civilizado, bem como a abertura dos seus jornais televisivos e radiofónicos. A imagem passa igualmente pela blogosfera e redes sociais em tons hunãnimes de condenação. Não fora isso e Ashtiani teria aquela morte num silencio de pedras... Que nos fique o exemplo. Que o mundo se erga contra as desumanidades. Que a imprensa caia em cima de outros condenados de outros países, que a tortura até à morte sofra pesada perseguição e denúncia (como o fez Saramago tantas vezes e no poema acima). Que 1000 cidades se ergam contra a desumanidade e que a imprensa mobilize as consciências a partir do dia em que Ashtiani cumpra um destino qualquer ele seja. Caso não aconteça, fica-me o sabor do aproveitamento de uma vítima para fins inconfessáveis...

DEVERES HUMANOS - "Depois de milénios de civilizações e culturas, os deveres humanos encontram-se inscritos nas consciências, inclusivamente quando aparentamos ignorá-los ou desprezá-los. Não há que escrever uma Carta dos Deveres Humanos, há que apelar às consciências livres para que a manifestem e a assumam."

José Saramago, in “Soy un grito de dolor e indignación”,
ABC (Suplemento El Semanal), Madrid, 7-13 de Janeiro de 2001


UMA HIPÓTESE DE HUMANIDADE - "Talvez a história do homem seja um enorme movimento que nos leve à humanização. Talvez não sejamos mais que uma hipótese de humanidade e talvez se possa chegar a um dia, e esta é a utopia máxima, em que o ser humano respeite o ser humano. Para chegar a isso se escreveu o Ensaio sobre a Cegueira, para perguntar a mim mesmo e aos leitores se podemos continuar a viver como estamos vivendo e se não há uma forma mais humana de viver que não seja a da crueldade, da tortura e da humilhação, que são o pão desgraçado de cada dia."

José Saramago, in “Escribí para saber si hay una forma más humana de vivir que no sea la crueldad”,
La Voz de Lanzarote, Lanzarote, 25 de Junho de 1996

Outros apóstolos que editaram, na passada semana, textos lembrando José Saramago

"Palavras Daqui e Dali"; "Cirandando"; "Ematejoca Azul"; "Na Casa do Rau" e "Largo das Calhandreiras"

28 agosto, 2010

Estratégias de manipulação - 1 (O que nos fazem a todos nós faço eu ao meu neto, coitadinho)


A imprensa escrita, eixo central do 4º poder, tem papel determinante na aplicação
de estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedade

Espreito sempre o trabalho dos meus amigos e dei por um texto, escrito para que se saiba como é que se consegue, anos a fio, manter uma sociedade condicionada e a comer aquilo que outros querem que se coma… Este meu post inspira-se nesse trabalho e por estar devidamente avinagrado, não dispensa a leitura do texto original editado no “Largo das Calhandreiras”.
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste fazer ao pagode aquilo que eu faço ao meu neto para ele comer a papa de que não gosta (a fruta, essa come-a bem). Faço trinta por uma linha para o distrair: simulo a queda de aviões, torço o pescoço ao peluche e faço a derrocada dos legos… Quando dá por ele, a papa está aviada. Claro que distrair o pagode, carece de macacadas mais sofisticadas e aproveitamentos mais subtis que não me lembraria a mim, como por exemplo: aumentar os decibéis da gritaria politica simulando zangas zangadas, deixar pirómanos a pirómanomar pondo lbaredas a abrir telejornais ou a linchar o Carlos Queiroz. Estes são alguns exemplos de como desviar a atenção dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas. Assim, os portugueses, à semelhança do meu neto, comem a papinha que não gostam distraídos por poderosas e bem montadas macacadas…
-2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado “problema-reacção-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reacção. Por exemplo: fazer o meu neto trocar a papa amada por papa que não gosta. A malta simula que deixa estorricar a maizena, o que deixa o puto de nariz nauseado por causa do queimado. Explica-se a inevitabilidade da sopa e… é canja. Isto mais a sério faz lembrar as propostas de alteração constitucional apresentadas com grande dramatismo, para depois, como se verá, aparecerem com um cozinhado que, no final, irá saber menos mal e sem que os portugueses sintam o cheiro a esturro de tudo isto....
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Para fazer aceitar uma colher de óleo de fígado de bacalhau até se podia apertar o nariz e enfiá-la goela abaixo. Existem outras soluções pedagogicamente aceitáveis e que o progresso recomenda. As pílulas ou drageias, levam mais tempo a fazer efeito mas resultam sem qualquer agonia. A realidade é pior, muito pior, pois contrariamente àquele óleo, as medidas inaceitáveis, aplicadas gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos, não fazem bem à saúde do povo: estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa e salários baixos são pilulas dadas e engolidas com algumas caretas mas que já teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez, à colherada...
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
È o caso de “tens de levar uma pica”. Mentalizamos o neto. Simulamos com a boneca e pronto, se a boneca sobreviveu à dor a injecção será suportável atendendo ao facto de se evitar a doença, também ela encenada. É pouco mais ou menos assim que se fazem aceitar decisões impopulares, apresentando-as como sendo “dolorosas e necessárias”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. Os sucessivos PECs são injecções enganosas com a agravante de só doerem na peida dos mesmos...
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE TENRA IDADE
Não vale a pena dissertar sobre este ponto, pois este texto é, ele próprio, o exemplo de como as coisas acontecem quando se fala a alguém cuja idade mental se pretende o mais próxima possível dos 12 anos, a diferença é que eu espero uma leitura inteligente de todo este meu texto avinagrado...

27 agosto, 2010

"Por terras do Caramulo" (Contando como foi...)

Tudo parecia conjugar-se para o retempero. O hotel, numa quinta que se dizia de Bispos, dava o necessário equilíbrio às imagens do vídeo de promoção. Seria, pensava eu, comer e beber que nem um abade, hibernar que nem um bispo e, assim, esquecer este mundo e o outro. Mal sabia eu...


Mal sabia eu que o meu almejado descanso iria sofrer revés significativo. No percurso até Campo de Besteiros, o nosso destino, tudo perfeito. Pequenos desvios, primeiro para um excelente leitão (Mealhada) e, depois de fartar a pança, fartar o olhar do alto de Penacova e procurar sem conseguir, um adjectivo adequado à paisagem. Seguimos pela IP3 e chegamos a Tondela. Daí ao hotel, foi um pulo. Ocupamos o tempo por aí e aí jantámos. Tudo normalmente bem e, como planeado, dormimos embalados em grilos e cigarras...
Pela manhã, após as coisas normais que se fazem em sítios destes, subimos a serra. Visitámos o museu. Aí aconteceu um primeiro percalço: cinco tapeçarias "À maneira de Portugal e da Índia" queriam à viva força obrigar-me à investigação sobre o nosso passado, sobre a nossa identidade... Passou-me essa crise e seguimos para o Caramulinho. Subidos os 274 degraus de acesso a esse ponto mais elevado, ficou tudo estragado. Diante os meus olhos, ao fundo e sob uma neblina de 12 séculos, os montes Hermínios (em vez da esperada Serra da Estrela) impunham-se com um perfil de lenda. O mapa tornou-se mais forte do que a paisagem e mais presente que o ar da serra. Via lusitanos por onde andavam beirões. Nas minhas costas, do longínquo Douro, chegavam-me vozes galegas que vindas de tão grande distancia, não dava para perceber o que diziam.

Ali, outra vez à minha frente, nas margens do Mondego acontecia mais uma emboscada a um fragmento da legião romana que procurava Viriato... (é fácil, de cima do Caramulinho, ver e pensar através de séculos). Num vai e vem de épocas, ocorreu-me reflectir no que pensariam os Lusitanos, que lutaram contra a ocupação romana, do alargamento do Condado Portucalense e da expansão galega produzida pelos exércitos de Guimarães empunhando novas bandeiras, após o tratado de Zamora. Teria sido pacífico dada a ameaça do progresso mouro? Nesses tempos haveria resistência ao alargamento de Portucale? Haveria mais Saramagos?
Com estas ideias na cabeça, disfarcei cantarolando, não fosse a minha Teresa (a minha, não confundir com a mãe do tal Afonso) perceber que estava a subverter os objectivos fixados para estes dias: "Indo eu, indo eu/ a caminho de Viseu/Encontrei o meu amor/Ai Jesus que lá vou eu"... Chegados a terras de Viriato, era grande o bulício dos lusitanos e poucos os lugares para estacionar o carro. Uma vez conseguido, demos umas voltas a pé e achámos "O Cortiço", o tal que 30 anos antes me deliciara com uma inesquecível morcela de arroz acompanhada de grelos... Entramos e as fartas e deliciosas entradas quase nos desviaram dum excelente entrecosto com couve e... morcela, servidos em louça de barro negro. Tudo regado com bom vinho servido em "jarro" de tanoeiro. Ficou-me cheia a tripa e os olhos no artesanato. Comprei estas peças. As de barro, em Molelos e lá descobri em Campo de Besteiros o tanoeiro que me vendeu o jarro de aduela.

Haveria mais que contar, mas fica este apontamento. Viriato tinha de facto razões para defender a sua Lusitânia e D. Afonso Henriques para a ocupar...

22 agosto, 2010

Por terras do Caramulo...

Estou por aqui uns dias..

Os rios e as pedras tinham saudades minhas...
...e eu deles
e delas!

Mas tenho tanto, tanto em que pensar ... não sei se terei tempo para lhes dar. (Como, alías, acontece a quem por cá aparece.... )
Imagens retiradas daqui

21 agosto, 2010

Homilias dominicais (citando Saramago) - 3

“Ich fühle mich in erster Linie als Portugiese, in zweiter Linie als Iberer und erst in dritter Linie als Europäer."
("Eu sinto-me principalmente como Português, em segundo lugar como ibérico e apenas em terceiro lugar como europeu".)

HOMILIA DE HOJE

PERGUNTAM-ME SE ME SINTO PORTUGUÊS - Tenho mantido silêncio feito de muitas palavras nos últimos posts com este titulo e que ocuparam este meu espaço nos últimos dias. Meias respostas à questão se me sinto, ou porque me sinto se é que me sinto, português. Primeiro, destaquei um ressurgimento, que penso existir, na música popular portuguesa com jovens a (re)voltarem às raízes do ser-se português. Reencontro com eles valores que me dão orgulho de um passado. Depois, seleccionei poetas que, pelas palavras em forma de lamento, me fazem sentir um bem-me-quer da Pátria para mim e de mim a este meu lugar. Mas, manteve-se a ausência de respostas, até chegarem as palavras de Saramago.

A MINHA IDENTIDADE COMO PORTUGUÊS - Diz-me José Saramago: “A busca do Outro talvez seja o caminho pelo qual cada um de nós consegue chegar a si próprio. Para aproximarmo-nos àquilo que somos temos de passar pelo Outro.” (1)
Ontem, o "Outro" foram todos os povos e civilizações que buscámos e com que nos cruzámos; hoje, é o confronto com a Europa onde sempre estivemos e com todo um mundo que vive uma globalização que muitos consideram irreversível. A grande questão se me sinto bem português encontrará resposta na minha satisfação em aceitar que o Outro seja a Europa. Se for, acho que perderemos todo o nosso passado e, com ele, a nossa identidade de povo.
Ao axioma Camoniano “Aqui onde a terra acaba e o mar começa” colocar-se-á a formulação desafiadora de Saramago “Aqui o mar acaba e a terra principia”(2). Cumpra-se o mar, como nosso verdadeiro chão e como nosso destino.

ANTIEUROPEÍSTA? - Não! Apenas e tal como Saramago, coloco a Europa em terceiro lugar e para dar finalmente resposta, sinto-me um português que espera ver esse seu sentir em primeiro lugar ou, se tal não for possível que a "Jangada de Pedra" nos aconteça...

(1) in "No Ano da Morte de Ricardo Reis"
(2) José Saramago citado por Blockeel, Francesca, Literatura Juvenil Portuguesa: Identidade e Alteridade

Perguntaram-me porque me sentia português... (3)

Continuo sem resposta e consultei um malmequer, a medo. Sei para que serve um malmequer. Meu avô, que em poucos anos me ensinou tudo na vida (o resto que aprendi, foram meros aperfeiçoamentos desses muitos ensinamentos), explicou-me que o malmequer nos tira dúvidas quando a razão não sabe encontrar respostas, em matéria de afectos.
Consultada a flor, pétala a pétala, à medida que me aproximava do botão amarelinho, meu coração ia ficando mais pequenino. No fim deu: "Tudo" muito perto do "Nada". Fiquei feliz. Fiquei com a certeza que a minha Pátria me queria. Só que a resposta fica adiada, pois a pergunta não era essa...
Foi então que fui tentar colocar as perguntas certas, aos meus poetas. Obtive respostas para todos os gostos. Mas, pensei, só existem cantos assim e profundos desgostos quando se ama muito. Se calhar, se meu país me desfolhasse, eu lhe retribuiria a pétala que há pouco me deu: TUDO!

I

"...Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós... ".

Alexandre O´Neil

II

Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.

Miguel Torga

III

Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem

Manuel Alegre

IV

É da torre mais alta do meu pranto
que eu canto este meu sangue este meu povo.
Dessa torre maior em que apenas sou grande
por me cantar de novo.

Cantar como quem despe a ganga da tristeza
e põe a nu a espádua da saudade
chama que nasce e cresce e morre acesa
em plena liberdade.

José Carlos Ary dos Santos

V

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro (het. Fernando Pessoa)

Todos os extractos destes poemas foram retirados daqui

PS - Registo, com muito agrado, alguns contributos para a pergunta em aberto. O meu obrigado, mas ainda não sei porque me sinto tão aqui, quando são os poetas a lamentar o seu estar...

20 agosto, 2010

Brincando, brincando...

4 e 4 não são oito,
com a forma de biscoito.
4 e 4 são quarenta e quatro
em união
(de facto)
usando, ambos, seu artefacto

Felizes?
Sim, para sempre...
(como acontecia nas histórias que meu avô me contava...)

19 agosto, 2010

Perguntaram-me porque me sentia português... (2)

Continuei silêncioso, pensando na resposta,
pois não se é daqui por se ter nascido neste lado.
É porque alguma coisa aconteceu e vai acontecendo,
para além daquela depressão, tão portuguesa, que me anima...
Talvez que nas novas sonoridades de gente jovem,
trazendo-me as raizes, as memórias,
e as saudades do futuro,
eu encontre a resposta por tanto querer ser daqui:

Nestes sons reencontro este meu coração em forma de guitarra a rimar Lisboa com Goa...



... e nestes, um sangue inquieto, alegre e renovado que alimenta meu corpo...



... e a minha alma é a memória de todas as almas que à alma lusa e celta se fundiram num movimento que me faz sentir inteirinho nele!

Todos os vídeos foram tirados daqui

18 agosto, 2010

Perguntaram-me porque me sentia português... (1)

De pronto não respondi porque me sentia tão português...
... mas sei que são muitos os porquês...
... e este é um!

-
Tirei este video daqui

17 agosto, 2010

O quarto poder

Ela é boa e má,
ou antes,
é boa para os poucos,
que são seus amantes.
É má para quase todos,
e a quase todos engana,
tornando-os cegos ou loucos...
É bela,
dispensa fartos favores
aos seus senhores,
que a querem só para sí,
não para a amarem, como aparenta.

Não se queixa de qualquer sofrer
ela sabe que é o quarto poder


Quem expõe, como eu faço, esta "mulher" desnudada e se atreve a fazer tão graves acusações tem que apresentar provas mínimas, uma que seja. Pois bem, eu provo. Ela foi má para a classe de professores (como tem sido) colocando títulos, fazendo um alarido que o "google" não engana ao buscar tudo o que é jornal com o facto publicado em grandes "parangonas". Foi boa para a banca, pois por lucros exorbitantes, a imprensa foi discreta, como o foi relativamente ao valor e taxa aplicável à colecta para efeitos de imposto. Aqui o "google" também não engana ao ir buscar meia dúzia de notícias em meios de reduzida projecção...

Fazendo contas, o lucro registado pelos 5 maiores bancos portugueses em três dias daria para pagar aos cerca de 174 mil professores (dados pordata referente a 2008) as horas extraordinárias "indevidas" e ainda sobrava muito dinheiro. Sei que as contas não devem ser feitas assim, porque o ganho dos professores (63 €/ano) terá sido ilegítimo e o sector financeiro tem toda a legitimidade em ter lucros. Pois, mas então paguem os impostos devidos. Se apenas pagam 4%, porque é que aquela senhora não o diz?

16 agosto, 2010

Pactuar com a estratégia de Pedro Passos Coelho é entrar num labirinto de onde dificilmente se sairá. Ponto-de-situação nº2

A figura analisada a preceito, desfaz dois equívocos: Primeiro - A bela imagem tem sido atribuída a M.C. Escher e não é. Trata-se sim do desenho da estratégia labiríntica da oposição, desenhada por Pedro Passos Coelho, visando a alteração da Constituição Portuguesa. Segundo equívoco - A figura de veraneante do Primeiro Ministro é uma montagem da imprensa cor-de-rosa, enganosa. Trata-se sim de Sócrates, perdido no labirinto, lendo a Constituição anotada, para estudar quais os artigos constitucionais onde vai ceder, após aquela gritaria que já começou a partir do Pontal...

No meu post "Pactuar com a estratégia de Pedro Passos Coelho é entrar num labirinto de onde dificilmente se sairá...", que publiquei em 26 de Julho, eu via (e continuo a ver) uma estratégia de risco, perfeitamente alinhada com os interesses em apagar, de uma vez por todas, os vestigios do 25 de Abril que ainda restam...

Depois fiz um primeiro ponto-de-situação em que escrevi que Pedro Passos Coelho estaria satisfeito com o teste à sua labirintica estratégia de alteração constitucional. Fiz essa análise olhando as sondagens então publicadas. Tinha antes, da sua proposta, 39, 2% e depois dela 36%. Perder pouco mais de 3 pontos, para perceber até onde o PS aceitaria ir na revisão constitucional, foi considerado por mim como não sendo nada mau para Passos Coelho...

No Pontal, Pedro Passos Coelho fez um discurso que antecipa semanas de grande gritaria e que deverá culminar com a viabilização do Orçamento do Estado. Sobre a revisão da Constituição, muitos consideram o Pontal um tiro de pólvora seca e eu também pois PPC guarda a artilharia para quando Sócrates estiver melhor preparado e os cérebros anormais votantes estiverem ganhos... Assim, está desenhada a estratégia. Assim eu a percebi desde o meu primeiro post sobre este tema!
NOTA FINAL - Tinha-me comprometido com o Carlos Barbosa de Oliveira responder às quatro perguntas que colocou lá as sua Crónicas do Rochedo, mas só vou responder à 5ª: Na festa do Pontal o vinho distribuido foi o palhete, sem que tal se deva associar à "irmandade do garrafão" dada a digna e fina assistência...

15 agosto, 2010

Homilias dominicais (citando Saramago) - 2

Publicado em 26 países, a sua obra chega a todas as partes do mundo em muitas línguas. Mas Saramago, que não se escondeu atrás da sua obra, não dispensou o caminho e a caminhada. Apóstolo das suas próprias palavras, leva ideias necessárias a muitas paragens (porque "sem ideias não vamos a lado nenhum")

HOMILIA DE HOJE

AS PALAVRAS NECESSÁRIAS - Todas as palavras são úteis, desde que lhe seja dado o peso certo e o sentido exacto. Descobri isso mesmo há pouco tempo, ao ouvi-lo dizer "Quando digo responsabilidade, quando digo democracia, quando digo ética quero dizer essas palavras com palavras de chumbo". Jurei a mim mesmo passar a dizer tais palavras sempre sem leveza, fugindo à leviana utilização que lhe dariam, por má usura, a banalidade das palavras gratuitas.
A PALAVRA APÓSTOLO - Não só o peso das palavras é determinante. O sentido exacto também faz falta. A palavra "apóstolo", vista por dentro da palavra, torna o gesto dos meus amigos de uma necessidade urgente. Isto porque "Apóstolo" é muito mais, para além do que se afirma ser.“Segundo o dicionário etimológico de José Pedro Machado, a palavra “apóstolo” vem do grego “apóstolos” que significava enviado para longe; enviado; deputado; envio de expedição, particularmente expedição naval.” Que cada um de nós, os novos apóstolos, parta para todos os lugares levando as "palavras de chumbo" de Saramago.
O APÓSTOLO SARAMAGO - Enviado para onde lhe chamava a razão para estar, Saramago esteve presente em mais de meia centena de cidades, por todo o Mundo fazendo conferências e participando em congressos. Também o fez na sua Pátria, como escritor e como cidadão, até porque:"O cidadão que o escritor é não pode ocultar-se por trás da obra. Ela, mesmo importante, não pode servir de esconderijo para dar ao autor uma espécie de boa consciência graças à qual ele poderia dizer que está ocupado e não tem tempo para intervir na vida do país."
APÓSTOLOS PARTIDOS DAQUI - Deste blogue partiram já vários caminhantes. Honram-me com tal missão. Espalham palavras do escritor ou do cidadão. Fecho esta homilia, com o texto escolhido pela mais recente apostola, Teresa HOFFBAUER:

Ich fühle mich in erster Linie als Portugiese, in zweiter Linie als Iberer und erst in dritter Linie als Europäer." ("Eu sinto-me principalmente como Português, em segundo lugar como ibérico e apenas em terceiro lugar como europeu".)

Dar-lhe-ia razão um japonês respeitável, Akira Miwa, por Saramago só colocar a Europa em terceiro lugar:“O interesse do (vosso) Governo está muito voltado para o centro da Europa, o que acho natural. Mas isso traz efeitos secundários.Com esse sucesso europeu, o país tende a esquecer a importância que poderia ter no resto do Mundo, fora da Europa. Sobretudo agora, num momento em que assistimos às dificuldades económico-financeiras em toda a Europa. Penso que o Governo português e o sector privado deveriam repensar sobre a sua dependência um pouco exagerada do mercado europeu.”

Outros apóstolos que editaram textos lembrando José Saramago:

14 agosto, 2010

Ontem, dia 13 de Agosto, um dia histórico!

No dia do seu primeiro aniversário, registo os grandes responsáveis pela existência do Diogo. Isto é, apresento-vos parte relevante da sua árvore genealógica... Ver tanta gente junta teria nele os efeitos que se encontram documentados:


A fisiologia do cérebro explica muita coisa - V (Último Relatório Cientifico)

A imagem apresenta três outros cientistas procurando desmentir, sem que o tenham conseguido, o que as minhas Rogériografias recentes provaram: Todos os 5 cérebros analisados tem igual tradução na versão feminina, PONTO

Desiludam-se os que esperavam grandes diferenças. De facto existem, mas são pequenas:«Nas áreas cerebrais destinadas à fala e à audição, as mulheres dispõem de mais 11 por cento de neurónios que os homens». Como podem compreender estas funções não são objecto de análise, pelo uso da tecnologia que emprego. Nem é necessário ser grande fisiologista para perceber que as mulheres, falam "pelos cotovelos" e são, na generalidade, bem mais interessadas no uso devido ou indevido dos ouvidos...

No entanto, considero que outras correntes cientificas possam ser avaliadas. Peço a vossa especial atenção para esta tese, apresentada por um ilustre colega:


Material cientifico cedido pela Isa GT

13 agosto, 2010

A fisiologia do cérebro explica muita coisa - IV

REQUISITOS DE LEITURA DESTE POST: Este "Relatório Cientifico" tem leitura autónoma. Isto é, para entender o que vai na mona de certa gente, influente, não precisa de queimar neurónios lendo resultados anteriores sobre Rogériografias aplicadas a outros cérebros. Faça-o, no entanto, se considera ser portador de um cérebro normal (é próprio dos cérebros normais pretenderem aumentar continuamente a sua cultura e conhecimento).
A imagem desta Rogériografia representa um cérebro tenebroso. Sendo hoje Sexta-feira 13, não se pense que é por azar que esta "chapa" saiu assim. Cérebros como este proliferam por aí e resultam de processos evolutivos educacionais complexos, mas já banalizados na sociedade em que determinados seres se desenvolvem (nem todos e não é por sorte).
VISÃO GERAL - É uma tristeza olhar para esta Rogériografia. Apresenta dois hemisférios praticamente iguais de um cinzento azulado próprio da grande maioria dos humanóides. Nada de zonas ocupadas pelos processos próprios de zonas verdes como são os lúdicos, das artes, da cultura, da observação, do amor, da amizade. Nada, zero, népia. Já por lá terão estado (todos os cérebros nascem iguais) mas foram definhando, definhando até à sua completa extinção. Por essa razão os processos de reflexão, de pensamento profundo e de acção consequente são dominantes, embora com tendência para se irem cobrindo e neutralizando abundantes processos de nível superior (como podem verificar na imagem, no hemisfério esquerdo). O ar circunspecto e o porte seguro dos portadores destes cérebros conferem-lhes uma presença credível e séria pelo que aparentam ser um cérebro normal embora não o sendo.
A inexistência de processos verdes retira a este cérebro qualquer capacidade de produzir alegria e felicidade ao seu redor. Todas as suas manifestações são de aparente bom humor dada a sua elevada capacidade de mistificar comportamentos, mesmo quando está confrontado com as situações mais adversas. Não perdendo tempo com ninharias sabem ocupá-lo trepando e tramando.

Na vida familiar tem um papel muito protector mas autoritário. Dá grande valor á educação mas, contraditoriamente desvaloriza leituras elevadas. Os filhos só frequentam colégios particulares e, quanto a artes, permite-as desde que não desenvolvam ideias. Assim, valoriza tudo o que é contemplativo ou sensitivo. Quanto aos pais, lembram-se deles e colocam-nos em razoáveis lares ou mesmo boas residências para seniores que visitam com equilibrada frequência…

Vida profissional? Estão na maior. Senhores de elevada capacidade verbal e até com dotes de oratória, ascendem facilmente na carreira chegando, na sua grande maioria a lugares do topo, chega qual for o ramo da actividade ou o sector. Frequentemente tratam os colegas como ferozes concorrentes e, à semelhança de outros cérebros anormais, usam as falsas verdades como patamares de trepadeira mas... arrepiam-se só de pensar que alguém possa comentar que começaram graças a uma valente e influente “cunha”. Gabam-se com frequência da sua brilhante carreira académica. Uns ostentam mestrados, outros até doutoramentos. Fazem-no mesmo quando não possuem mais do que o ensino básico (e conseguem ter crédito).
Actos cívicos? Sim, mas são imprevisíveis! Tanto acontece haver cérebros destes alinhados e militantes, como os podemos ouvir discorrer sobre o valor dos políticos, amesquinhando a sua actividade parlamentar ou autárquica. Votam sempre e o seu comportamento é, também neste domínio, muito parecido ao cérebro descrito no meu “relatório” anterior: votam sempre nos "aqueles" mas também votam noutros que se pareçam muito com "aqueles"...
ANÁLISE DETALHADA DOS HEMISFÉRIOS - O "relatório cientifico" original tem relevante descriminação. Contudo, no âmbito desta divulgação, afigura-se ser de primário cuidado a reserva da divulgação. Por outro lado, atendendo à frequência de persistentes afirmações da insondadibilidade do cérebro feminino, não resisto a introduzir neste post um documento que prova a intervenção nefasta de algumas mães, no processo educativo do cérebro hoje:
TERMINA NO PRÓXIMO POST (dedicado à comparação de cérebros dos diferentes géneros)

12 agosto, 2010

A fisiologia do cérebro explica muita coisa - III

REQUISITOS PRÉVIOS PARA A LEITURA DESTE POST: Não há! Contudo, terá vantagens em consultar os posts anteriores caso queira desenvolver trabalho de igual valor cientifico ou dar os seus contributos para a compreensão dos comportamento dos homens, num mundo pautado por comportamentos incompreensiveis (as mulheres ainda são um caso à parte).

A imagem refere-se à "Rogériografia" de um cérebro anormal, idade adulta, representando a grande maioria dos cérebros dos homens portugueses (por questões metodológicas assumo que representará também a grande maioria das mulheres, as quais podem não se rever nesta minha assunção)

VISÃO GERAL - É uma alegria olhar para esta Rogériografia. Nada de dois hemisférios diferentes (só atrapalhariam). Nada de zonas pensantes (pensar é cansativo). Os processos lúdicos, das artes, da cultura, da observação, do amor, da amizade estão lá todos espraiando-se em viçoso verde. Verde até em zonas onde se esperaria verificar-se alguma massa cinzenta. Por essa razão os processos de reflexão, de pensamento profundo e de acção consequente não existem (como podem verificar na imagem). Os processos existentes são, na sua grande maioria, processos de alto nível, pelo que aparentam ser um cérebro normal embora não o sendo.

A inexistência de processos pensantes, normalmente localizados no hemisfério esquerdo, retira a este cérebro qualquer capacidade de memória. Desta, apenas existe uma pequena, tipo RAM, que habilita os portadores destes cérebros à uma actividade aparentemente normal. Esta falta de memória reflecte-se em tudo.

Na vida familiar esquecem-se que a tem. Filhos? A sua memória RAM dá para os mostrar, brincar com eles, mas porque esta memória é volátil, esquecem-se de os educar. Quanto aos pais, só se lembram deles durante o período em que deles precisam.

Vida profissional? Estão na maior. Senhores de elevada simpatia e humores empáticos ascendem facilmente na carreira. Frequentemente fazem dos colegas inocentes patamares de trepadeira mas... falha-lhes a memória de como começaram.

Actos cívicos? Vão a todas. Os cartazes e a campanha lembra-os de votar. Esquecendo que há 4 anos votaram "naqueles"e não se lembrando o que "aqueles" fizeram nos últimos 3 anos e meio, votam "naqueles" ou votam noutros que se pareçam muito com "aqueles" (não porque tenham memória, a sua orientação é sensitiva, gostando particularmente de "boas figuras", bem falantes e que ofereçam bugigangas ao gosto de um marketing bem profissional).

São, mesmo quando estão sisudos, portadores de boa disposição. Afirmam que se comovem frequentemente sem que alguma vez lhes tenha observado uma lágrima. Só riem por duas razões: por tudo e por nada e são abertos a abraçar causas (sobretudo se forem virtuais...).

ANÁLISE DETALHADA DOS HEMISFÉRIOS - Missão impossível pois tudo é feito da mesma massa encefálica que, como já escrevi, se espraia de maneira amorfa compreendendo tudo aquilo que num cérebro normal funciona num só hemisfério.

AVISO IMPORTANTE

Qualquer eventual identificação entre o descritivo desta Rogériografia e o que se passa na sua cabeça ou é mera coincidência ou prova a fiabilidade das minhas tecnologias inovadoras.

CONTINUA

11 agosto, 2010

A fisiologia do cérebro explica muita coisa - II

REQUISITOS DE LEITURA DESTE POST: Em primeiro lugar o leitor deverá ler (ou relembrar a leitura) do post anterior. Em segundo, é importante (mas não indispensável) que aceite que cada cérebro é aquilo que a comunidade dos relacionamentos próximos e mais envolventes determina que seja. Um terceiro requisito, implica que o leitor admita, ainda que remotamente, que todos os cérebros e os homens ao quais pertencem, nascem iguais e que as anormalidades aparecem depois e dependem de outras anormalidades envolventes...

Duas Rogériografias em confronto: a de um anormal, da direita (salvo-seja) com a minha
(sempre do lado esquerdo de qualquer coisa).
Observe as notórias diferenças numa visão geral, antes da minha explicação

VISÃO GERAL - As imagens acima, são o resultado de "rogériografias" ampliadas dos cérebros de indivíduos adultos. Duas grandes zonas (hemisférios), por onde proliferam os tais processos de alto e de baixo nível são comuns aos dois cérebros, mas existem dissemelhanças: O cérebro do gajo da direita tem processos ocultos no hemisfério da esquerda (zonas tapadas) que assumi representarem processos sem nível nenhum. O hemisfério direito, tem assinalados processos interditos. São interdições que normalmente existem em actividades de cérebros de tenra idade e que raramente se desenvolvem no cérebro adulto.

ANÁLISE DETALHADA DO HEMISFÉRIO DIREITO - Nesta "Rogériografia" as várias interdições assinaladas podem ser totais (nenhuma actividade permitida) parciais ou intermitentes, isto é, umas vezes estão, outras não. Vejamos cada uma delas:
  • Interdição de acompanhar, conviver ou socializar (par de bonequinhos, na região frontal) - o adulto tem a anormalidade de só o fazer de forma muito selectiva com a classe a que pertence. Desde cérebro jovem que lhe são reprimidas "más companhias" e grandes conversas com cérebros que não sejam similares aos do agrupamento onde este cérebro se desenvolve;
  • Interdição de ver em volta -Este cérebro é muito viajado. Alguns que analisei registam viagens desde muito pequeninos. Contudo, olham sem que tenham autorização para ver. Usam o "o telescópio" (representado na imagem) desde que não vejam e guardam do Mundo a visão do bilhete postal...
  • Interdição de ler para conhecer - Leituras só as indispensáveis para progredir nos estudos e em temas obrigatórios. Estes cérebros manifestam sérias dificuldades em saber quantos Cantos tem "Os Lusíadas", confundem autores (Thomas More com Thomas Mann) e nutrem uma relutância enorme por outros (com Saramago em grande destaque)...
  • Interdição na comunicação com o hemisfério esquerdo - É, em qualquer cérebro, um processo crítico. Contudo, estes anormais registam fortes intermitências nesta função. Assim, este hemisfério deixa de ser alimentado regularmente por processos que resultam da aprendizagem lúdica, da observação do Mundo, convívio com os outros e do saber dos livros...

ANÁLISE DETALHADA DO HEMISFÉRIO ESQUERDO - Dispenso-me de o fazer. A imagem vale mais que mil palavras. Só uma chamada de atenção: Os poucos processos que aí se encontram desenvolvidos são do mais alto nível que a "Rogériografia" é capaz de captar. Talvez por isso estes anormais ocupem cargos também de elevado nível.

DESAFIO AO LEITOR

Para além dos comentários que queiram fazer, desafio a que identifiquem grupos sociais portadores deste cérebro anormal. Aceitam-se duvidas ou reservas à minha abordagem "cientifica"...

CONTINUA

10 agosto, 2010

A fisiologia do cérebro explica muita coisa - I

"O cérebro é uma mistura de processos de baixo nível e de alto nível, não podemos deixar de olhar para ele de uma forma completamente integrada"- José Carlos Princípe cientista in "Cérebro em cima da mesa" (ver aqui)

Escusado será dizer que, numa perspectiva avinagrada (aquela que mostra a verdade das coisas), os nossos cientistas só tem da realidade do cérebro, uma visão limitada. Não é de admirar, pois não investigam com o recurso aos meios que me são disponibilizados para o mesmo efeito. O trabalho que vou apresentar não só decorre do uso desses meios, como da minha prodigiosa capacidade analítica em cerca de 65 anos de observação do comportamento humano, 40 dos quais sobre a influência de correntes evolucionistas que asseguram que todas as coisas já tiveram forma diferente e o seu futuro não será igual ao seu presente. Também parte da sabedoria popular, estilo "de pequenino é que se torce o pepino". Outra ferramenta de análise similar é a dialéctica da vida, que determina que cada dia é o primeiro dia do resto que falta ao cérebro (como bem disse um cantor que também entra nisto). Assim, o cérebro tende a ser, morfologicamente, aquilo que o meio (satisfação das necessidades básicas, educação, cultura, meio social, traumas de infância e carreira profissional) determina que seja. A imagem acima, é o resultado de uma "rogériografia" ampliada do cérebro de um individuo adulto, similar ao meu e que em tempos foi considerado normal. Olhando a figura, podemos visualizar: Duas grandes zonas (hemisférios), por onde proliferam os tais processos de alto e de baixo nível (como veremos, em posts seguintes, existem cérebros com processos sem nível nenhum, o que contraria a tese dos cientistas, privados que estão do uso da Rogériografia) Os próprios processos, representados por figuras diversas, correspondendo a centros de desenvolvimento e comando de actividades distintas. Num cérebro normal podemos observar um individuo muito ecléctico, culto, trabalhador e não só... A forma equilibrada como se repartem as actividades de trabalho intelectual (hemisfério em favo -o esquerdo - onde os processos de actividade séria se localizam) e o trabalho lúdico, da fantasia das artes e dos afectos (hemisfério - o direito - em open space, repleto de verde e fantástica alegria) Entre os dois hemisférios existe uma função de elevada importância para o desenvolvimento equilibrado do cérebro e que, num cérebro normal, assegura que as tarefas burocráticas sejam preenchidas por processos alegres, lúdicos ou com um passado nas artes (a figurinha abaixo retrata esse processo de alto nível, onde a menina comunica o que deverá ser feito a sério depois de se ter aprendido a brincar, lá no recreio) 
Em posts seguintes apresentarei "rogériografias" de indivíduos anormais, devidamente caracterizadas e comparadas com o normal, propondo-vos a identificação de grupos sociais portadores de cérebros similares, tais como: "elites governantes"; "jornalistas de referência"; "classe média"; "bloguistas cor-de-rosa" e outras raças humanas...



AVISO PRÉVIO
As Rogériografias que irão ser apresentadas não são, por enquanto, uma tecnologia aplicável às mulheres. As vezes que tentei, perdi-me em outras análises e o sistema entrou em colapso. Assim, contínuo a não entender esse género (mas ainda não perdi a esperança, ficarão para um próximo estudo). Assumo, por mera metodologia, a igualdade de características entre os cérebros dos dois géneros...

09 agosto, 2010

Chamaram-lhes namban-jin - III (conclusão)

Não foi por acaso que retardei um pouco a publicação do meu post final sobre o Japão e as duas culturas. Esperei por hoje, dia em que se recorda que passaram 65 anos sobre um holocausto, o de Nagasaki. Poderia procurar as palavras certas para que ninguém esqueça, mas deixo-vos aqui as palavras exatas de Alexandre Mauj Imamura Gonzalez, um brasileiro que afirma ser uma mistura originada de japones + (mistureba européia) e, tal como eu, com um distante sangue árabe no passado.

Esta imagem, dramática, retirei-a do seu post e nela se percebe a existência de caracteres. É um poema que conta parte do sofrimento dos que sobreviveram ao ataque.

O Alexandre afirma que é o mais simples e menos chocante que encontrou. Mesmo assim preferiu não traduzir para não chocar os leitores.

OS POSTS ANTERIORES

Nos textos que publiquei(1), dei conta da nossa passagem por Terras do Sol Nascente, da impressão que cada um dos povos tinha do outro. Comovi-me e comovi. Como diz o nosso bom povo "torci a orelha e não deitou sangue" ao saber que os "japões" nos deram todas as oportunidades... Guardei para hoje as palavras de Akira Miwa(2). Fala-nos com uma duplicidade que nos engrandece: como embaixador e como amigo. Daqueles amigos que nos falam olhos nos olhos, sabendo que dizendo-nos a verdade ela nos poderá magoar....
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EIS O QUE SELECCIONEI DA LONGA ENTREVISTA CONCEDIDA POR AKIRA MIWA

"O português que chegou ao Japão no século XVI conhecia muito bem o funcionamento da sociedade japonesa. Basta dar como exemplo que ainda hoje usamos um livro escrito por Luís Fróis sobre história do Japão para aprendermos a nossa própria história."

A religião católica só admite um deus, mas no Japão cremos na existência de muitas variedades de deuses, como acontecia na Grécia Antiga. Nós tendo tantos deuses estávamos abertos a acolher mais um, porque não? No entanto o catolicismo era demasiado exclusivo. Criou um problema social grave que acabou por dar origem a divergências políticas. (…) Cortámos então relações durante mais de 200 anos, só as retomando em 1860, com a assinatura deste tratado.(3)”

“A Holanda, a Inglaterra ou a França demoraram muito tempo a chegar até nós (…) Todos os contactos que queríamos manter com a Europa eram feitos através de Portugal”

“O interesse do (vosso) Governo está muito voltado para o centro da Europa, o que acho natural. Mas isso traz efeitos secundários.Com esse sucesso europeu, o país tende a esquecer a importância que poderia ter no resto do Mundo, fora da Europa. Sobretudo agora, num momento em que assistimos às dificuldades económico-financeiras em toda a Europa. Penso que o Governo português e o sector privado deveriam repensar sobre a sua dependência um pouco exagerada do mercado europeu.”

“Angola é um país no qual o Japão tem muito, muito interesse. O Brasil tem o mesmo interesse. Portugal idem aspas. Porque é que não colaboramos?”

“... como ministro Finanças e como primeiro-ministro (Cavaco Silva) visitou várias escolas japonesas e tinha ficado agradavelmente surpreendido com o conhecimento histórico das crianças sobre Portugal. Vocês deviam fazer o mesmo nas escolas, ensinar a cultura e a história dos países por onde passaram. É uma pena não o fazerem. Faz parte da memória. Não a manter é quase esquecer o passado. Falo também da índia, da China. Estão a perder a vossa memória.”

“Há muitas semelhanças entre portugueses e japoneses (…) A maneira de ser, o modo de reagir é muito igual. À parte o nosso relacionamento histórico, temos muito em comum. O japonês é mais português que espanhol. Para nós a Espanha é um país muito interessante, sim, mas por causa da diferença. Portugal é como se fosse o Japão europeu".

“Apesar do nível económico fraco, o nível de compreensão cultural e artístico (dos portugueses) é muito superior”

(1) Textos anteriores, ver aqui e aqui (2) Entrevista concedida a um suplemento do Semanário Expresso de 31.Julh.2010 (3) Tratado de Paz, Amizade e Comércio, cuja assinatura se comemora este ano o 150º aniversário

08 agosto, 2010

Homilias dominicais (citando Saramago) - 1

Hoje inicio estas "Homilias". O título pode parecer controverso, mas não é. Quem não ouvia homilias, passa a ter essa possibilidade. Quem a elas assiste, passa a poder te-las em duplicado, se aqui vier todos os domingos. Não pretendo fazer mais nada do que projectar ideias, porque sem elas "não vamos a parte nenhuma".

Foto extraída do sitio da Rádio de Renascença, Rádio Católica Portuguesa, onde me inspirei para as minhas "Homilias", de onde farei a (re)construção das ideias de Saramago, na esperança de, com elas. chegaremos a parte alguma...

HOMILIA DE HOJE
A GÉNESE - Tudo tem uma forma de começar. A génese da coisa humana resulta sempre de um acto comum (comunhão) entre homem e mulher e pode ser lembrada assim: "Para vencer o silenciamento e a omissão, aceitei a ideia da Fernanda () em, eu aqui e ela lá (Na Casa do Rau), editarmos, num dia da semana, um texto alusivo a José Saramago. Será curto, mas forte e profundo, como eram os pensamentos dele. Matéria-prima não nos falta (... ) Junte-se a nós, dedique um post por semana a um pensamento de José Saramago!" A partir de hoje, passo a chamar apóstolos a quem se juntou (ou vai juntando)...
Apóstolo: Eu próprio
A MORTE - Tudo o que na vida existe, se transforma e terá por passar pela fase de morte. A notícia de que a justiça morreu, assusta. Assusta porque, passando por essa fase, toda a vida poderá continuar, mas não lhe poderemos chamar vida humana. Foi por isso que um camponês tocou o sino a rebate. Foram muitos os apóstolos a divulgar as ideias que Saramago foi levar ao Fórum Social Mundial...
A VIDA - A vida sem sonho é sem razão. Vale a pena ter ideias, se nos levantarmos do chão: "Do chão sabemos que se levantam as searas e as árvores, levantam-se os animais que correm os campos ou voam por cima deles, levantam-se os homens e as suas esperanças. Também do chão pode levantar-se um livro, como uma espiga de trigo ou uma flor brava. Ou uma ave. Ou uma bandeira. Enfim, cá estou eu outra vez a sonhar. Como os homens a quem me dirijo."
Apóstolo: Folha Seca
DONOS DA VIDA - Há quem em nome da vida espalhe a morte. Se arrogue a acusar ser de pesadelo o sono de outros povos e opte pelo exterminio. Foi assim em Hiroshima e Nagasaki, existem ameaças de que assim pode vir a acontecer neste "Planeta dos Horrores".
DONOS DO MUNDO - "[...]O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder económico,"
Apóstolo: Susana Serrano
O VERÂO - "O verão é todo ele um apelo, um clamor de festa que se ouve no zumbir dos grandes calores. E quando o sol povoa de margens e ilhas de sombra o oceano escaldante da luz, todos somos um pouco náufragos arquejamos docemente, enquanto o suor poreja como fontes e nos banha de sal."
AS PALAVRAS - Tudo o que eu escrevi até aqui, nesta primeira homilia, teve a palavra como semente: "Daí que seja urgente mondar as palavras para que a sementeira se mude em seara. Daí que as palavras sejam instrumento de morte – ou de salvação. Daí que a palavra só valha o que valer o silêncio do acto."
A MAIS BELA FLOR DO MUNDO - Uma criança, interpretando o conto "A Maior Flor do Mundo" não lhe valoriza a dimensão. A flor, a dela, é a mais bela. Talvez como resposta à interrogação de Saramago: “Quem sabe se um dia virei a ler esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?”
Apóstolos: A Ariel e a pequenita Benedita (4º Ano B) pela mão dela