14 junho, 2011

Brasil, nação filha. Brasileiro, povo irmão... Práticas semelhantes de manipulação...

A primeira página do DN serve para ilustrar o que se está a preparar. Dilma que se apronte...

Em Março de 1989 eu estava em São Paulo (ainda hei-de falar nessa estadia, qualquer dia) e nem me apercebi que havia outro candidato credível. Fernando Collor de Mello, auto proclamado (e assim apresentado) Caçador de Marajás, era para mim um candidato "já eleito" (embora o acto eleitoral viesse a ocorrer só em Novembro). Ganhou. Nessa altura nem soube que havia um candidato chamado Lula da Silva... Por cá, foi eleito, não um "Caçador de Marajás", mas um "Contra Barões e Baronetes", também sem surpresa. Por isso fui buscar outras analogias: O mesmo discurso oco falando de mudança, a mesma postura eloquente, a mesma figura bem apessoada e elegante e, por fim, a mesma imprensa impulsionadora, mais que favorável, manipuladora.


Não, não vou falar de como se ganham eleições num e noutro país. Nem como Dilma esteve quase a perder, nesta sua recente eleição. Vou apenas salientar que em matéria de manipulação aprendemos muito com a Nação Filha e com o comportamento do Povo Irmão. A primeira página do DN (ver na figura) é apenas um exemplo de manipulação subliminar e de formas de insinuar. Mas há outras mais directas. Também hoje, o Jornal de Notícias dá o exemplo, saneando vozes incómodas, suspendendo três colunistas (Honório Novo(*), Oscar Mascarenhas e Alice Vieira ). A imprensa, em geral, prepara-se para continuar um trabalho que assegurará o pensamento único. Nem lhes passa pela cabeça que apesar desse esforço o povo pode vir a seguir a exemplo do Brasil, Lula acabou por ser eleito e Dilma poderá vir a ser uma "Presidenta" a valer... pela capa do DN, há gente interessada em que assim não seja


O vídeo, de 1999, dá conta do que os média portugueses terão aprendido
pelas práticas da imprensa brasileira, principalmente da Globo (e depois aplicadas ao nosso povo)

16 comentários:

  1. Já depois de editar este post, tive a informação de que o DN recusou apublicação deste artigo. Multiplicam-se os sinais preocupantes...

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  2. Uma gente que só fala em boys e coisas que tal quando não são eles a gerir. Já começaram.

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  3. Olá Rogério,
    Pois sim! isto é mesmo algo que ultrapassa as mentes mais aguçadas em imaginação!
    Acredita o Rogério que eu não sei como, talvez a minha imaginação ou intuição estivessem por detrás desse pensamento, achei que o nosso País é palco de experiências no terreno para ver como se implanta uma ditadura global ( a mana sabe dessa minha suspeição, não estou a mentir) e não é que acabo de encontrar aqui um post que quase confirma essa minha idéia? Afinal ando mais "acordada" do que os outros, os tais que me querem fazer passar por tótó...
    Ás vezes chego a recear o que prevejo para o futuro...
    Preocupante, mesmo!

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  4. O Oliveirinha está à rasca, logo...
    O capataz e director do JN, homem de elevado gabarito intelectual, 'interviu' a contento.
    Mas para quem vai continuar a ler o pasquim, bacalhau basta.

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  5. O Rogério fala em sinais preocupantes, pois eu já ando preocupada há muito tempo, porque mergulhar o país em dívidas foi o melhor processo para agora nos tirarem tudo... quem comanda isto não dorme em serviço e até o serviço estar completo.

    Bjos

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  6. Meu caro:
    No que respeita à manipulação das mentes pela comunicação social, dias mais sombrios do que os actuais nos esperam.
    Subscrevo, por inteiro, este seu post, e tudo aquilo que, para além do que escrito está, dele se subentende.
    A caça às bruxas não ficará pelo que sucedeu no JN, com o expurgo de Honório Novo, Óscar Mascarenhas e Alice Vieira, a viúva do saudoso Mário Castrim. Não tarda sucederá o mesmo no DN onde são já são evidentes as posições do seu director...
    Sei bem, por experiência própria,o que é a senha persecutória da direita. Calhou-me na RTP, para onde fui convidado a trabalhar depois do 25 de Abril.
    Em 1979, sob a capa duma reestruturação,a administração da RTP saneou um grupo de jornalistas politicamente incómodos. Lá fui, com outros, entre os quais Avelino Rodrigues e Mário Cardoso, autores (conjuntamente com Cesário Borga, que escapou...)do livro "O Movimento dos Capitães e o 25 de Abril" para uma coisa a que chamaram Centro de Documentação. De lá saímos um ano depois, com a redacção já "domesticada".
    As forças conservadoras e obscuras que, apesar do 25 de Abril, se mantiveram activas nos bastidores da RTP nunca me perdoaram o ter um dia feito um programa ("Em Foco") sobre o assassínio, pela PIDE, de um militante do PCP, cujo nome omito por respeito à sua memória.
    Não me surpreende, no contexto actual, que o JN não tenha publicado o artigo de Pezarat Correia.

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  7. Rogério, a manipulação da grande imprensa está cada vez pior, e só atacar e manipular. Hoje leio pouco e bem selecionado, se não vou enlouquecer de raiva. O povo não é besta, por isso estão largando os "grandes" de lado. O Estado de São Paulo, que já foi o jornal de maior influência, hoje não atinge nem 30% de leitores formadores de opinião, confirmado por pesquisa. Triste isso pois sempre foi um jornal combativo, passou a ser S.A., saiu da família Mesquita e passou a ser uma corporação atrás de lucro, informação legitima, que é isso?
    bjs
    Jussara

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  8. Caro Rogério
    Creio que os comentadores anteriores já disseram quase tudo, complementado o seu excelente post.
    Só hoje consegui ver o Vídeo. Apesar de ter uns anitos, serve para mostrar como a realidade pode ser alterada por quem detém os meios de comunicação na mão. Talvez ajude a quem tem duvidas, a pressa em despachar para os privados a RTP.
    Abraço

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  9. É impressionante a rapidez como certa imprensa se adapta às novas realidades, eliminando quem não se deixa "poluir". É um dançar de acordo com a música que põe em causa todos os códigos éticos que deveriam estar na base de quem tem a seu cargo a responsabilidade de informar. Mas, infelizmente, muitos são os que não se limitam a relatar factos, são deuses, fazedores da História dos povos e dos países, ao serviço do Poder/ dos Poderes...

    Parece que o "lápis azul" ganha nova vida.

    L.B.

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  10. Não comentarei, um a um o que vieram dizer (apesar de cada um o merecer) Venho apenas comentar a ausência de comentários à foto. Mais que a repressão sorrateira ou cobarde de que dei alarde e o Carlos Albuquerque deu testemunho pessoal, aflige a pressão quase discreta, vil e insidiosa sobre figuras que se pretende diminuir ou anular. Dilma foi a escolhida. Perante a foto, alguém duvida do que vai na mente de muito "boa" gente?

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  11. Pois... nem me passou tal pela cabeça. As mulheres cumprimentam-se com beijos... só se estiver na cabeça dessa "boa" gente, Rogério!

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  12. Acabo de publicar um post sobre outro caso- este no DN- a recusa de publicação de um artigo de Pezzarat Correia, a propósito do diferendo Ana Gomes/Paulo Portas.
    Para quem acusava o anterior governo de manipular a informação e cercear a liberdade de expresão, não está nada mal...

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  13. Carlos Barbosa de Oliveira.
    Não venha para aqui defender partes... não vê que o PS/PSD são o espelho um do outro? Agora é ver quem arrasa mais. Pena é que as pessoas não reajam.

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