08 agosto, 2011

A regressão... dos direitos sociais e sua transformação em caridade organizada? Se não, que é então? Deus terá assinado o memorando com a troika?

A separação entre a Igreja e o Estado. É uma exigência da laicidade e pôs termo à mistura de esferas, frequente no estatuto de Estado confessional. «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus», ensinou Jesus (Mt 22,21).Excerto da Carta Pastoral à Igreja de Lisboa, do Cardeal Patriarca D. José da Cruz Policarpo (18-V-08).

«O XIX Governo tomou posse e apresentou o seu Programa… Com um compromisso claro: vencer a crise e mudar o País em quatro anos. Não pode falhar ! Há uma convocação geral para a celebração de um Pacto de Confiança...»
(Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade – CNIS, padre Lino Maia, Julho de 2011)

(...) o Governo prepara activamente a transferência para as unidades da sociedade civil dos equipamentos que constituem o parque da Segurança Social do Estado (creches, lares para idosos, cantinas, centros de dia, escolas, infantários, etc.). Notícia já confirmada pelo actual ministro do CDS, Pedro Mota Soares. (...) Isto permitirá prolongar indefinidamente o financiamento das ONG, IPSS, Misericórdias, Mutualidades e demais organizações caritativas pelo contribuinte comum, tal como agora acontece. O Estado pagará menos, a Igreja receberá mais e o cidadão terá de suportar um fardo cada vez mais pesado. Enfaticamente, o padre Lino Maia chama a atenção para o facto de que o novo esquema assistencial envolverá a curto prazo multidões de idosos, deficientes, desempregados, famílias, associais, crianças, jovens, estudantes, pequenos comerciantes, etc., num universo sempre crescente. Implicará, evidentemente, para a Igreja católica, a conquista de uma grossa fatia das competências que a lei geral da nação reconhece ao Estado.
Um «pacto de confiança», por Jorge Messias, in jornal "Avante"

Imagem retirada daqui

8 comentários:

  1. Nem imagina o quanto me dói, o quanto me frustra e enfurece a actuação de Pedro Mota Soares!!!

    Mas o principal responsável nem é ele: somos nós enquanto colectivo, é quem nem foi votar sequer e quem, indo votar, deu a maioria à Direita.

    Portanto, só temos o que merecemos.

    Bom dia

    ResponderEliminar
  2. Há situações de IPSS que exigem aos empregados uma percentagem de desconto do salário para apoiar a instituição. Claro que isto ja foi desmentido, dizendo-se que tais doações são voluntárias. Estas práticas nem são cristãs, nem são sociais, nem são de caridade. Nem sei como as qualificar. Com mais dinheiro e mais poder corremos o risco de voltar à Idade Média.

    ResponderEliminar
  3. Parece que foi o povo que votou neles não é? isto vai ficar irreconhecível.

    ResponderEliminar
  4. o maior problema e de onde vem o dinheiro para manter o sistema existente, nao se quer pagar mais impostos, nao se quer diminuir o nivel de salarios para tornar o pais e as empresas mais competitivas, nao se que uma reforma mais tardia, mas no entanto quer-se ter cada vez mais direitos sociais. A pergunta coloca-se. de onde vem o dinheiro para manter os direitos sociais?

    Ate agora vinah de emprestimos, mas parece que nao se consegue pagar as dividas.

    Alguma coisa vai ter de mudar

    Bjinhos
    Paula

    ResponderEliminar
  5. Paula
    nao se quer diminuir o nivel de salarios para tornar o pais e as empresas mais competitivas?
    Baixar?
    Mais?
    Quais?
    Empresas competitivas?
    Estão a fechar à velocidade da luz... e vai aumentar o IVA, livra...

    ResponderEliminar
  6. Ai que o pessoal ainda está ceguinho...
    Pagar mais impostos? Do ar que respiramos? E aqueles que ha anos nao pagam o que tem que pagar, so porque tem dinheiro para tal?
    Diminuir salarios? Empresas competitivas??? Como? Mao de obra quase escrava? Em outros paises?
    Nao teria que ser antes, de cima para baixo? E que tirar 100 euros a uma familia comum, nao e o mesmo que tirar uma refeiçao num restaurante ou uma tshirt a quem tem para isso.
    Reformas mais tardias? com mais de 65 anos, consegue ser um profissional em pleno como enfermeiro? cirurgiao? mecanico? professor? pescador? pedreiro? agricultor (cada vez menos, assim quiseram para Portugal), cozinheiro? maquinista? massagista, etc? Aos 65 e com o modo de vida da "civilizaçao" actual, acham que e possivel todos se enquadrarem nessa "aspiraçao"?

    Palpita-me que enquanto alguns acharem que sim e depois perceberem que nao e disso que se trata, teremos o que nao merecemos.
    Mas mesmo assim, nao serve para ilibar quem nos andou a saquear. Ao longo de dezenas de anos foram-se dando indicios de mas gerencias, grande corrupçao, injustiças e ninguem queria saber, ou porque nao e economista, ou porque a "politica" e muito chata, ou porque "nao percebo nada de politica"...etc, etc, desculpas.
    Mas a democracia para existir sem ser so no nome, so com a participaçao assidua do povo, nao e so de 4 em 4 anos.

    Vejam la o que fizeram a este pais "abençoado pela natureza".

    Estamos cada vez mais dependentes do que vem de fora. E o que da abrir o mercado quando os mecanismos de mercado sao baseados em falta de etica e outras questoes nao muito dignas..

    Este mercado e o que da origem a que 1 em cada seis pessoas no mundo passe fome. E nao e por haver escassez de produçao.

    Enfim, desabafos...

    Peço desculpa pela falta de acentos (problemas tecnicos) e por nao conseguir um comentario mais curto.

    ResponderEliminar
  7. E ainda á estão apenas há um mês e meio... Vai ser muito mau! Vamos andar 30 ou 40 anos para trás. E ainda se pode dizer que "... o povo é quem mais ordena"?
    Ai este povo!

    ResponderEliminar
  8. Deus, não sei, mas o Demo assinou de certeza. Podemos estar descansados...o Mota anda de Vespa e os especialistas contratados para fazer vénias nos gabinetes, andam delirantes.

    ResponderEliminar