31 outubro, 2015

Assis, um produto do "4º poder", candidato a ressuscitar o cadáver


Tenho ouvido e lido o que já esperava ouvir e ler. A frequência com que aparecia, a audição que lhe era dada, os títulos que arrancava na imprensa diária, encorajou-o ao acto inspirado por Cavaco. Mas...
«Sem o colaboracionismo de Assis ou outro que tal, o governo empossado não se aguentará com uma moção de rejeição, quanto mais com três.
Vamos crer que a democracia continue a despertar em Portugal e que um governo ilegítimo nascido morto jaz morto e arrefece. E, contudo, Assis mexe-se; ou seja, há uma conspiração em marcha para ressuscitar o cadáver.» in, "Mundo Cão"

30 outubro, 2015

«... e a questão não deixa de existir, só porque não se fala, não se vê e não se ouve...»

«... O que Jerónimo ontem disse foi o que outros, que nem ao Partido Comunista pertencem, se não têm cansado de dizer. A saber: o que está em discussão com o PS é a negociação de um programa mínimo que incide fundamentalmente sobre os rendimentos. 
A negociação e futura aplicação de um programa desta natureza tem consequências macroeconómicas que ninguém pode negar. Mas Jerónimo não acalenta ilusões...» - in POLITEIA
 «...e a questão não deixa de existir, só porque não se fala, não se vê e não se ouve...» - Jerónimo de Sousa (ver vídeo)

27 outubro, 2015

O "novo" governo é... no meio disto tudo, mais um absurdo

 
«A vida está cheia de uma infinidade de absurdos que nem sequer precisam de parecer verosímeis porque são verdadeiros.»
Luigi Pirandello

26 outubro, 2015

Nunca citei o Pacheco Pereira... calhou hoje, desta maneira

caricatura de André Carrilho

«...quer alguém que tenha jogado melhor o jogo democrático do que o PC? Quer alguém que tenha jogado melhor o jogo parlamentar do que o BE? As únicas pessoas que não jogaram o jogo constitucional nos últimos anos foram as da coligação. Quem mais jogou contra a democracia, rompendo contratos, criando um Estado de má-fé e governando contra a Constituição foi a coligação. O PC não me parece que vá para o governo defender a ditadura do proletariado que aliás abandonou formalmente em 75. Mas ninguém pense que é um acordo máximo, é o mínimo - o que não quer dizer que não funcione. E tem de implicar o grosso dos orçamentos e alguma estabilidade governativa, para mais que um orçamento. E isso tem de ficar tudo no papel para vantagem de todos". Seja como for, são tempos históricos e "nada será como dantes".» Pacheco Pereira, aqui

25 outubro, 2015

Na vida, há uma única oportunidade para se fazer 17 anos


Ao longo do tempo fui produzindo conselhos, elaborando regras, escrevendo versos dedicados aos netos.
Relembro isso sabendo que aos 17 anos se ouve pouco. Acontecia-me isso, ouvir pouco. Ligava mais ao que via. E por isso olhava, olhava muito, assumindo que o que vale é aprender pelo exemplo e pela coerência entre o dito e o feito... O resto? 
A vida é feita de escolhas e, se não escolheres tu, lamentarás um dia que tenha sido o acaso (ou alguém) as tenha feito por ti.  

24 outubro, 2015

Poesia (uma por dia) - 82

 

ESPERANDO OS BÁRBAROS
Que esperamos reunidos na praça?
Hoje chegam os bárbaros.

Por que está inactivo o Senado
e imóveis, os senadores não legislam?

Porque hoje chegam os bárbaros.

Que leis votarão os senadores?

Quando os bárbaros chegarem eles darão a lei.

Por que deixou seu leito pela alba, o  nosso imperador,
e na porta principal espera agora sentado
em seu alto trono, coroado e solene ?

Porque hoje chegam os bárbaros.
Nosso imperador aguarda receber
o chefe. Dar-lhe-á
um grande pergaminho. Nele
há muitas honrarias e títulos escritos.

Por que vestem os nossos dois cônsules e os pretores
suas  vermelhas togas, de finos brocados;
e luzem braceletes de ametistas,
e refulgentes anéis de esplêndidas esmeraldas ?
por que ostentam bastões maravilhosamente
                  cinzelados   
em ouro e prata, sinais do seu poder?

Porque hoje chegam os bárbaros;
e todas essas coisas deslumbram os bárbaros.

Por que não recorrem como sempre nossos ilustres
                              oradores
a brindar-nos com a abundância  feliz da sua eloquência?

Porque hoje chegam os bárbaros
que odeiam a retórica e os grandes discursos.

Por quê tão rápido essa inquietude
e movimento? ( Quanta gravidade nos rostos. )
Por que esvazia a multidão avenidas e praças,
e sombria regressa a suas casas?

Porque a noite cai e os bárbaros não chegam.
E gente vinda da fronteira
garante que já não há bárbaros.

E que será de nós agora sem bárbaros?
Talvez eles fossem uma solução no final de tudo.

Poema gentilmente cedido por
Ana Verde

 

23 outubro, 2015

120 vs.108 = Paf (ou pumba, já está!)


Com a voz grave que o caracteriza, o recém eleito cita o Livro do Desassossego:
“Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter uns para os outros uma amabilidade de viagem.”
Tal dever, enunciando num momento crucial, dificilmente será cumprido pelos que ainda não entenderam que, sendo ignorado o porto, é certo (e novo) o rumo. A reclamada amabilidade não terá a resposta amável de quem acaba de perder uma maioria, um governo e o que resta de um presidente. Deste, sobrevive a prazo contado, a imagem parda de quem foi justamente apelidado como o "líder da seita".  Que mais fará ainda contra o seu povo? 

Quanto ao rumo a seguir, lembro um texto neste exacto ponto, há quatro anos atrás!
Oiçamos o que diziam então os faroleiros!

Catarina Martins e a aritmética difícil de fazer: quanto (nestas eleições) perdeu o 4º poder?!


Nunca fulanizei a politica e não é hoje que o farei. Se a Catarina tem energia? Tem! Se o seu discurso me parece sincero, frontal, fluente, não ziguezagueante? Parece! Se sabe pôr e recolocar as questões essenciais, apesar das tentativas de desvio da entrevistadora? Sabe! Se emparedou Cavaco e o apontou como dono da seita? Emparedou e apontou! Só que a questão não é essa! Judite de Sousa bem tentou abrir-lhe uma brecha, sem o conseguir. 
De "já vamos lá" em "já vamos lá", a entrevistadora foi a imagem da derrota do 4º poder.
Nunca fulanizei a imagem do poder da imprensa. Mas um dia lá tinha que acontecer...  
E logo calhou à Judite. Coitada.

19 outubro, 2015

"prefiro mil vezes os credores aos comunistas"

Se o gesto não é tudo, o esgar vem mesmo a calhar. E as frases também!
Ainda a dívida não era tanta e o homem já se preparava para que o fosse.
Uma sugestão: pegue num bloco e num lápis e entre numa loja do Pingo-Doce
Anote: De um lado o que se produz no país, do outro lado o que é importado
Ache o saldo e encontrará a resposta para esse ar alucinado.
(amanhã farei isso!)

18 outubro, 2015

Fernando Pessoa, quem iria supor que foi um mau empreendedor... bem sucedido onde não tinha apostado

Ainda mal me tinha desfeito da gravata, com todo o cuidado para lhe manter o nó intacto, quando tropecei o olhar num livro, pousado em cima do teclado. "Fernando Pessoa: o editor, o escritor e os seus leitores". Folhei-o atentamente enquanto ela me vinha pousar a mão no ombro a acompanhar-me a curiosidade. "Foi a vizinha do segundo andar que o trouxe. Achou que te interessaria". Permaneci silencioso e fui progredindo no desbravar das páginas. Que coincidência perfeita, que sorte a minha, tinha ali a resposta. Depois de ter estado (durante dias) a tentar perceber para que serve o empreendedorismo, as exigências, os riscos, eis ali a pista para um "case study". 
Consta do livro uma referência a uma experiência falhada. Falhada à luz do que ilustres conferencistas e gente institucional bem instalada dizem ser insucesso. Por tudo o lá dito, terá sido isso. E isso é também o que vem no livro. Do então falhado empreendimento reza a página 156 que Pessoa passou largos meses a aproveitar as folhas da start up falida, do papel timbrado não usado, de envelopes não enviados e de impressos de facturação não emitida, para seus apontamentos literários. Teria 21 anos. Foi nesse momento que passou a ser um verdadeiro empreendedor, daqueles que nas conferências ninguém fala, pois a moda passou a ser outra...embora com os mesmos resultados.

Hoje há capital-de-risco, capital-semente e por aí adiante, mas o deserto é semelhante.

 Nota: Para saber mais sobre o insucesso de Pessoa e das suas "officinas movidas a vapor", 
entre aqui s.f.f.

17 outubro, 2015

Que aniversário? Muitos! E até o do nó da minha gravata foi festejado


Aconteceu o repasto numa adega. As pipas do bom vinho alinhavam-se em alas e no corredor central as mesas. A acústica, perfeita, permitia que os convidados pudessem elevar a voz sem que o alarido lhes magoasse o ouvido. Comentava eu, para um grupo, que tinha gostado do discurso de abertura da conferência, pelo vice-presidente da Câmara. Que sim. Que tinha apreciado que tivesse deixado a sugestão de, na próxima conferência, a organização considerasse o tema do empreendedorismo público e, neste, o papel do Poder Local. Que se tratasse e discutisse a marca "Carcavelos". Que fosse este considerado como "um caso". O grupo pegou-me no assunto e foi discorrendo, que sim, que era um bom exemplo, e que, este ano não só a colheita tinha sido em quantidade como era generosa a qualidade. "Há sempre um equilíbrio entre uma coisa e outra. E pretender criar escala para responder à procura é um risco que a Câmara não poderá correr". Admirou-se a anfitrião do evento festivo que fosse um comunista a dizer isso. 
A resposta saiu-me pronta" "Fique a saber, que nós comunistas nunca deixaremos de surpreender..." 
___________

Este texto é uma pequena crónica de um evento em que, de uma só penada, muita coisa foi festejada: O 2º aniversário da União das Freguesias, a 5ª Conferência Ibérica do Empreendedorismo e o 5º ano de existência do nó da gravata que há muito não usava. 
Festejei tudo isso!

15 outubro, 2015

Edgar, acreditem ou não, é meu irmão!


«Quem acolhe o grito dos pobres?...Quem, em nome da República, dá expressão aos interesses dos trabalhadores e aos seus direitos no emprego? Quem responde por milhares de desempregados e pelas condições de vida e de trabalho?... Quem, nesta República, ouve o clamor da Terra? Quem acolhe o grito da Natureza? Quem responde pelos danos humanos e ambientais, como o das aldeias sem vida, da desflorestação, dos fogos florestais, dos mares e dos rios poluídos, da destruição das fontes de água doce e dos obstáculos ao fundamental acesso à água potável e pública? Quem escuta as vítimas do actual modelo de desenvolvimento, produção e consumo? Quem assume responsabilidades pelas nocivas alterações dos ecossistemas e pela perda da biodiversidade?»
 Quem
Querem que eu fale de outro candidato? Não estiveram atentos?
 Já falei... que "não há mais sapos para ninguém!"
 (é que é raro eu ficar calado)!

Para além da curva da estrada

 
Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.
Alberto Caeiro

13 outubro, 2015

Enquanto António Costa não se desengoma, aconselho a imersão às profundezas da mente...


Desde Agosto de 2010 que não aparecia prova mais irrefutável de estarem certas as minhas descobertas. Do ponto de vista prático, os meus testes, visando os mesmos objectivos, podem ser catalogados como ensaios não destrutivos e os agora divulgados não. "As pessoas podem ser identificadas pelo seu padrão de actividade cerebral" e, assim, "Tal como se uma impressão digital se tratasse, o cérebro de cada um de nós possui um perfil de ligações neuronais único e pessoal" . A cabeça é como uma impressão digital... Isto é, para ler o que se passa na mente de alguém, teria de levar  dele uma valente cabeçada (em vez de uma dedada). Não é prático. Fiz uma rogériografia a gente do Governo e ao Cavaco, sem sofrer nenhum mau-trato. 

Eis o padrão:

 Relatório rogeriológico (extracto)

«É uma tristeza olhar para esta Rogériografia. Apresenta dois hemisférios praticamente iguais de um cinzento azulado próprio da grande maioria dos humanóides. Nada de zonas ocupadas pelos processos próprios de zonas verdes como são os lúdicos, das artes, da cultura, da observação, do amor, da amizade. Nada, zero, népia. Já por lá terão estado (todos os cérebros nascem iguais) mas foram definhando, definhando até à sua completa extinção. Por essa razão os processos de reflexão, de pensamento profundo e de acção consequente são dominantes, embora com tendência para se irem cobrindo e neutralizando abundantes processos de nível superior (como podem verificar na imagem, no hemisfério esquerdo). O ar circunspecto e o porte seguro dos portadores destes cérebros conferem-lhes uma presença credível e séria pelo que aparentam ser um cérebro normal embora não o sendo.» Ler aqui relatório completo

12 outubro, 2015

De sonho em riste

De sonho em riste
Mãe, dás-me asas?
Dou
Deu-lhas e ele voou

Hoje caminha
Em terra
Firme
De sonho em riste
(Graças às asas)
Rogério Pereira

11 outubro, 2015

Há um ano parecia impossível, hoje também... porém...

(olhemos para além dos rostos) 

(reeditado)


Ah, se tudo se pudesse reduzir a uma questão de caras... olhemos, então, para além delas.
Para um, o congresso é um enorme colectivo que discute e assume ideias, compromissos, destinos, sob a forma de orientações e de programa. Para outro, o congresso é uma prova, que aglutina, funde, entrona, e onde as crenças substituem as ideias, dispensam  programas, omitem os compromissos. 
Os rituais, aos olhares menos atentos, quase se assemelham, mas na realidade são muito mais diferentes que as diferenças ostentadas nos sorrisos.
De um, dizem ser "a esquerda radical", do outro "ser do arco do poder". São dizeres que, de tanto repetidos, entram no ouvido e subjacente fica o medo e a ideia subliminarmente inculcada de que ao primeiro corresponde "um partido de protesto", como se o seu congresso se limitasse a um acto de luta e resistência. Para o outro, ser "do arco da governabilidade" é um estatuto independente de valores, pois outros, de valores supostamente inversos, também o são. A imprensa vende a expressão como marca, como garantia da qualidade afiançada e manutenção do paradigma, não como estigma, não como denúncia de continuação da ruína.
Podiam entender-se? Olhando-os, até parece meter raiva que o não tenham feito já. Mas tal é impossível. Pelos interesses que defendem, pelo funcionamento das suas "máquinas partidárias", pela coerência entre os discursos e as práticas. 
Resta ao povo a sabedoria das escolhas...
______________
post editado em Dezembro de 2014, sem qualquer alteração

10 outubro, 2015

Marcelo e o pódio

Imagem do "Rei dos Leitões"
Marcelo

Diz-se  do ADN o que antes se dizia do berço, que determinam o que hoje somos. Se um pode não estar certo, é pouco provável que os dois estejam totalmente errados. E porque a infância conta muito, inclino-me mais para a expressão popular que aponta os que nasceram em berço de ouro como os que reúnem todas as condições para enfrentar o que vem depois.
Somos o berço em que nascemos e os padrinhos que tivemos e, também, a memória disso. Berço e padrinhos não são tudo, e há quem se livre desse passado para desenvolver a vida e construir o destino.  Este Marcelo sabe-o e resolve ir à terra natal para levar um banho de humildade a emoldurar-lhe o discurso. A propósito do discurso dizia um amigo, ágil de salto e de palavra: «Tudo quanto o país lhe deu foi a fundo perdido. / Devia poupar-nos ao débito da sua candidatura»

O Pódio

Há por aí quem julgue serem as bancadas parlamentares uma espécie de pódio onde os vencedores eleitorais ocupam as bancadas superiores, os que ficaram em segundo os lugares logo a seguir e na base (que seria a primeira fila) os que ficaram em último. Coitados, confundem os resultados eleitorais com o atletismo e não sabem o que é, nem como funciona, um hemiciclo. 


Marcelo irá prometer que não será Cavaco. Irá dizer para não se peça a um herbivoro que seja carnivoro, ou então irá pedir o contrário disso....



Marcelo, há uns tempos, falando pelo cotovelos, lá ia dizendo que Cavaco era Cavaco e que não se podia exigir a Cavaco que não fosse Cavaco. Mal ainda sabíamos nós que tal dissertação lhe poderá agora, com fato de candidato, a ele mesmo aplicar-se. Porque vem esta minha história agora? Disse Marcelo, a propósito da visão que Cavaco tinha da Constituição: «...é como pedir a um herbívoro que seja carnívoro ou pedir a um carnívoro que seja herbívoro. Não faz sentido.»
Ocorreu-me, na altura, um texto do Gonçalo M. Tavares:
"A ovelha só não é um animal carnívoro porque não come carne. A ovelha está sempre à beira de ser um animal carnívoro porque a qualquer momento pode começar a comer carne. Para a ovelha, não comer carne não é o mesmo que não voar. Há coisas que pode fazer e não faz, e há coisas que simplesmente não pode fazer. Assim, a ovelha não é quase um animal voador, mas é quase um animal carnívoro."

08 outubro, 2015

Mesa Redonda (8) - Tema: a necessidade da escrita

Apresentação, contar da esquerda: Eu, Meu Contrário e Minha Alma

Eu (virado para a assistência, com a sala meio vazia): Esta Mesa Redonda foi-nos imposta por Minha Alma, dada a sua insistência e os termos da convocatória. Aceitámos e cá estamos. Começo por lhe perguntar (virando-me para a Minha Alma): Qual é a ideia, afinal?
Minha Alma: É sobre a necessidade da escrita...
Meu Contrário (olhando Minha Alma fixamente): Bem sabes, como temos andado ocupados... Muitos escrevem, escrevem, mas não se  lhe reconhece a alma no que escrevem. Fazem exercício de estilo...
Minha Alma (interrompendo): Também é necessário!
Meu Contrário: Nestes tempos mais falta faz o juízo que o estilo!
Minha Alma: Os dois! Os dois! Nem que seja uma metáfora!
O Meu Contrário: Como essa "Pequenina Luz"?
Eu: Como "Uma pequena luz / que vacila exacta / que bruxuleia firme / que não ilumina apenas brilha"?
Minha Alma e Meu Contrário (em coro): Isso! Essa é a escrita necessária!

07 outubro, 2015

o PS "será determinante e predominante na viabilização de uma outra alternativa política"

Jerónimo de Sousa, hoje

«...Agora o jogo acabou. A avaliar pelo que se lê nas redes sociais e principalmente o que se ouve nas antenas abertas das várias estações de radio há uma fortíssima componente do eleitorado socialista que não compreenderá que na presente conjuntura o partido entregue o poder à direita, havendo à esquerda quem esteja na disposição de aceitar a formação de um governo PS e esteja preparado para negociar o apoio parlamentar de que necessita.

Não se trata de uma coligação negativa destinada a derrubar e a derrotar os propósitos de Cavaco, Passos e Portas, trata-se de muito mais do que isso: da formação de um governo que dê tradução política a esse imenso clamor que de norte a sul do país exige o fim das políticas de austeridade....»

05 outubro, 2015

Redacções do Rogérito - 28 ("Carta à Senhora Dona República")

Tema da redacção: A República

Querida Senhora Dona República
Eu sei que não é da Senhora a culpa de isto estar como está de não ser culpa sua no ano passado virarem a bandeira ao contrário e de o Presidente estar desta vez ausente a pensar a pensar a pensar numa coisa que já disse saber há muito e só por isso devia ser considerado um presidente parvo com parvoiçes frequentes pelo que devia ser considerado parvo-todos-os-dias e não só às vezes.

Querida Senhora Dona República 
Lembre ao PS aquilo que tanto lhe esquece que chegou a hora de mudar a merda de política pois se não o fizer bem mal lhe fica e que isso de andar a fazer bulling lá dentro onde as moscas têm acento nem no meu recreio é permitido. 

Querida Senhora Dona República 
Termino com o meu apelo de sempre que não desanime nem emigre nem pense em se afastar de nós pois que nós andaremos sempre consigo pois o povo unido jamais será vencido e o que custa mais é o (re)começo  pois depois voltaremos tudo do avesso e reiniciaremos o interrompido.

A bem de si, agora e sempre
O Rogérito, presente




02 outubro, 2015

Manuel Alegre recomenda-me a azia, com um segundo sapo... pensando bem, ele abusa de uma minha capacidade digestiva que ele própria devia ter. Sapo? Engula-o ele!

______________________________________________ 
 
Não vou desenvolver o texto sugerido pelo título. O título tem vida própria e dele se infere que deglutir sapos é algo que passou à história e ela, segundo quem sabia da poda, não se repete.

Falemos antes do voto (f)útil.
O PS está (julgo estar) à rasquinha. Culpa dele ou culpa minha?
Vejamos!
De facto, Passos não poderia ter começado melhor o mandato: Como ontem referi, num vídeo colocado aqui, António Costa propunha em 2011 e à beira do "desaire" de Sócrates, só isto, assim: “Para haver condições de governabilidade em Portugal (...) PS e o PSD devem-se oferecer condições recíprocas de governabilidade, por sistema abstendo-se em instrumentos essenciais de governação […], independentemente dos conteúdos”. E, durante o mandato, o PS foi-se abstendo... sob a batuta de Seguro.
Mas não foi só Costa a abrir-lhe a porta, com Seguro a fazer-lhe a vénia. Mário Soares também foi generoso. Terá sido o seu elogio que desanimou as hostes (e a própria UGT) a hostilizar as politicas do Governo mais à direita dos últimos 40 anos? Não sabemos.
O que sabemos é que é que o PS está (julgo estar) à rasquinha e a culpa não é minha. Ouviu, caro poeta?
(Pensem nisto, amanhã estarei ausente!)


Cavaco, Presidente em exercício, agora diminuído nas suas competências, afirma saber o que vai fazer. Saberá! A menos que Costa não seja o homem de palavra que tem afirmado ser...

01 outubro, 2015

Ao pessoal do meu bairro, aos que andam a ver passar navios, a dizer adeus aos filhos e a outros ente-queridos

«Meio milhão de portugueses foram atingidos nos últimos cinco anos por um processo de emigração forçada que os expulsou do país, por razões económicas. Uma dimensão sem paralelo desde que há registo e de consequências imprevisíveis para o futuro do País. Um número que corresponde a 5 % da população nacional e a mais de 10% da população activa, mensurável na referência, para uma apreensão mais nítida, do que significaria despovoar integralmente um distrito como Coimbra.»
ver mais, aqui