31 dezembro, 2018

Este meu acto de cidadania... 10 anos, quem diria?

É verdade, hoje é dia de aniversário desse meu acto de cidadania!

Balanço?
Então cá vai, uma síntese, documentada no quadro abaixo*. Realço dos mais vistos que o ano passado foi um ano bem visitado. Dois posts que obtiveram mais visitas, no ranking de mais de 3000 mensagens por mim deixadas:

Este, em Julho, com 1402 visitas...


E este outro, em Fevereiro que, com mais de 2000 visitas, "rebentou com a escala"


* O quadro, cuja estatística estimula e inspira


30 dezembro, 2018

Elegia do Velho Ano e Ode ao NOVO

ELEGIA, DO VELHO ANO
Caros amigos,
sabendo que está quase chegada a hora
de me ir embora,
aproveito a oportunidade que me é dada
para vos deixar palavras medidas
bem pesadas e reflectidas.
Vou ser acusado de ter sido um mau,
muito mau ano.
Que grande engano…
Nada de mais errado
atribuir ao Tempo
aquilo que está fora das suas competências.
Não sou o causador de vossas rugas,
quem as marca no vosso rosto é a vida.
Não sou o causador das vossas dores,
sois vós próprios,
caras senhoras e caros senhores.
Sois vós próprios e as vossas circunstâncias,
e mesmo estas não me podem ser imputadas.
O tempo, este vosso servo,
apenas é uma referência intangível
a quem nada é exigível.
Ninguém até hoje me tocou.
Ninguém até hoje me fotografou,
me descreveu a rigor ou desenhou.
Contudo existo,
mas apenas marco referências
de cada facto ocorrido,
de cada acto omisso,
de oportunidades tidas ou perdidas.
E logo, quando cada badalada for ouvida,
das doze que serão escutadas,
não esqueçam de juntar aos vossos doze desejos,
palavras minhas, aqui deixadas:
Que cada desejo não entregue ao tempo anseios
que dependem de vossos gestos.
O tempo nunca resolveu nada
que os povos não tenham querido resolver.
Que cada um saiba o que de importante pode e deve fazer.
Que a sabedoria vos ilumine. 

São os meus votos
____________________________________________
MINHA ODE AO ANO NOVO
Vai, meu velho
Que eu fico e me renovo
Nesta mensagem em que me revejo
E que a todos endosso
BOM ANO NOVO! 

29 dezembro, 2018

2019, o ano em que não acabará o Mundo, mas onde tudo pode acontecer


Esta foto é conhecida. Repeti-a. Retrata um momento num texto por mim citado e onde se lia:
"O Brexit, o exército europeu, a centralização orçamental são os passos finais para a instauração de um Federalismo absoluto completamente dominado pela Alemanha. Em contrapartida, a França surge como a grande derrotada e o Reino Unido, aparentemente isolado na Europa, parece momentaneamente incapaz de se opor à dominação germânica."
Mesmo se grande derrotada, a França conta.
E contará com (pelo menos) um aliado com o qual desenvolve estranhas cumplicidades...


PS - Pelo tipo de comentários até aqui registados, ninguém se terá dignado a visualizar o vídeo publicado. Os cúmplices, agradecem!

28 dezembro, 2018

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO" - 17

 

A GUERRA E OS VOTOS DE PAZ

Não faltarão, dentro de horas, os piedosos votos de paz e de entendimento entre as nações trocados a propósito da entrada de um novo ano. O primeiro de Janeiro é até "o dia mundial da paz". Infelizmente não passa tudo de um ritual, porque o ano que chega vem carregado de ameaças - como se percebe através da leitura do Nº17 de O Lado Oculto, já online. Guerra que amadurece na América Latina, não apenas pela acumulação de presidentes fascistas mas porque está a ser operacionalmente preparada. Mercenários treinam-se na Colômbia na montagem de uma provocação que poderá desembocar numa agressão contra a Venezuela.

Além da Venezuela, a Nicarágua e alguns outros países, entre os quais Cuba, estão também sob mira. Cuba que celebra os 60 anos da sua revolução resistindo heroicamente ao cerco, ao criminoso bloqueio, dando provas de capacidade, engenho e criatividade só ao alcance dos revolucionários. Por exemplo na afirmação tecnológica, apesar do desumano boicote do acesso a meios elementares que a outros são oferecidos.

Também os diferendos entre os Estados Unidos e a China ultrapassam em muito a tão falada "guerra comercial". Por detrás de tudo espreita o desespero militarista norte-americano quando supõe que alguma potência pretende por em causa a sua hegemonia planetária. Certamente essa é uma das razões pelas quais Washington tem tolerado o renascimento do militarismo nipónico, que vem somar-se à afirmação crescente de correntes nacionalistas e fascistas.

A vertigem de guerra é tal que atropela princípios, ética, leis, a seriedade dos Estados. Soube-se agora que as contas do Pentágono registam um buraco astronómico, biliões e biliões de dólares de despesas militares sem rasto que deram origem a uma auditoria fracassada. E que seria a primeira do Departamento, em mais de setenta anos. O maior roubo da história que, muito além de lesar os contribuintes norte-americanos significa a chacina de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo.

Não pensem, porém, os europeus enconchados na sua UE e na sua NATO que estão a salvo desta sanha. O aviso vindo de Washington torna-se cada vez mais sonoro: ou a Alemanha e os seus parceiros cancelam o projecto de gasoduto Nord Stream 2, que permitirá energia mais barata em todo o continente, ou...

Verdade seja dita que a Europa pouco ou nada se tem dado ao respeito, ao menos perante os seus cidadãos. Basta conhecer a saga de Martin Selmyr, o secretário-geral da Comissão Europeia, aliás "O Monstro", aliás "O Rasputine de Bruxelas" para se perceber como as coisas funcionam no tão apregoado reino da democracia e dos direitos humanos. O alinhamento de Bruxelas pelas guerras dos Estados Unidos é tão óbvio e a corrupção burocrática e financeira é de tal ordem que não há dinheiro que chegue para o ensino, por exemplo. Por isso as universidades portuguesas vegetam em divisões mundiais muito secundárias qualquer que seja o ranking através do qual sejam apreciadas.

Portanto, por muito bem intencionados que sejam os votos para 2019, haja consciência de que o fascismo é cada vez mais o trunfo que o neoliberalismo joga em desespero, e não apenas abocanhando o Brasil. O imperialismo norte-americano tem múltiplas e insidiosas formas de ataque, por exemplo não perdendo de vista as infiltrações em organizações secretas e também nas de índole religiosa.

Por muito que sejam negras as nuvens e sombria a realidade - e exactamente por isso - que 2019 seja um ano de persistente luta e combate incansável pelo progresso e a paz, e também de reforço da informação livre e independente, uma arma imprescindível na ofensiva por pequenas e grandes conquistas para toda a Humanidade.

26 dezembro, 2018

CANTATA (Para um Jantar de Natal)


CANTATA (Para um Jantar de Natal)

Distribuíam-se prendas
Beijos e oferendas
De cada a um a cada criança
Pois o Pai de Natal
Não entrou na dança
Na cozinha, o Luís trabalhou
A Sandra ajudou
O Paulo ajudou a Sandra, que o Luís ajudou
A Dulce o peru cozinhou
E depois o trinchou
A Teresa,
Fez a salada de frutas e a pôs a mesa
A Andreia ajudou a Luísa que ajudou a João
Que ajudou a Teresa a por tudo na mesa
Na sala
Ninguém se cala
O Mário, fala com o Pedro, que fala
Com o Luís, que fala com o Paulo
Que fala com o Alberto, e noutro lado
A Vanda
Cochicha com a Alexandra
Todos falam todos com todos
Por todo o lado
E ninguém se dá calado
As crianças
Escolhem correrias, andanças
Gargalhadas, meiguices, mimos
Entre irmãos e primos
Uns maiores, outros mais pequeninos
Da Marta à Carolina
Que é a mais pequenina
E assim foi o jantar de Natal
Entre guloseimas e afectos
De cunhados, filhas, genros,
Primos, sobrinhos e netos

Para o ano há mais
  Rogério Pereira

24 dezembro, 2018

FINALMENTE UM SONETO DE NATAL!




Finalmente um soneto de Natal
Escrito segundo as normas, bem festivo,
Embrulhado em papel vermelho-vivo,
Vistoso, espampanante, ornamental,
*
Ou na sua vertente social,
Citando o pobre enquanto indicativo
De altíssima virtude, se cativo
Dos maus tratos do grande capital.
*
Finalmente um Natal do qual se espera
Uma festa, um renovo, a Primavera
Da paz no mundo que o homem quiser!
*
Porém, que pode um homem quando só
Conseguir suscitar-vos pena e dó
Depois de dar-vos mais que o que trouxer?
*

Maria João Brito de Sousa (Natal, 2018)

23 dezembro, 2018

Um conto ao Domingo - XXII ("NATAL 1972")


Há contos que são contados
e nascem da imaginação
colocada por cima 
da realidade vivida 
Outros são uma autêntica crónica
e devem permanecer na nossa memória
Este, foi retirado de um livro não editado
"Dignidade e Ignomínia" do Fernando Ribeiro
que também escreve na "Matéria do Tempo
NATAL 1972

Estávamos em finais de novembro ou princípios de dezembro de 1972, quando fomos encarregados de realizar uma operação que tinha por finalidade a destruição de lavras que existiam na área do Catoca, na zona de ação da companhia do Mucondo, e que pertenciam à população civil (considerada) afeta à UPA/FNLA. (...) O comandante da operação iria ser o Arrifana.

A execução da destruição das lavras iria estar a cargo de dois grupos de bailundos, que se encontravam às ordens do Exército em Santa Eulália e no Mucondo. A tropa de Zemba levaria consigo os bailundos de Santa Eulália e a tropa do Mucondo levaria os do próprio Mucondo. A nossa função, como militares, iria ser enquadrar e garantir a segurança aos bailundos, enquanto estes destruiriam as culturas agrícolas, munidos de catanas.

Habitualmente, antes da partida para uma qualquer operação, os oficiais que nela participassem costumavam reunir-se para acertar os pormenores sobre a sua execução. Neste caso, os três alferes destacados, Arrifana, Osman e eu, também fizemos uma reunião no Mucondo antes de partirmos para a operação. Logo a abrir, disse o Arrifana:
— Nós não vamos destruir lavras nenhumas. É um crime e eu não quero ser criminoso. Há crianças, há doentes, há mulheres, há muitas pessoas inocentes que não têm culpa de viver numa região em guerra. Nós não temos o direito de causar sofrimento a essas pessoas, obrigando-as a passar fome. Isto é coisa que repugna à minha consciência. Já basta o que sofrem com a própria guerra.
O Osman e eu manifestamos imediatamente o nosso total acordo. Uma coisa era combater homens armados, outra coisa muito diferente era fazer mal de propósito a civis indefesos. Discutimos então o que é que iríamos fazer, em vez de destruir as lavras.

22 dezembro, 2018

Sobre como (realmente) vai o Mundo, ler tudo no "LADO OCULTO" - 16

 

ESTADOS UNIDOS RETIRAM-SE DA SÍRIA

Vinda de onde vem, a notícia é para ser encarada com cautela. No entanto, até decisão em contrário, a Administração Trump mandou retirar as suas tropas que estão ilegalmente na Síria, confrontada com uma profunda alteração da relação de forças no terreno. O reforço do apoio defensivo russo a Damasco alterou as regras do jogo, o número de ataques da "coligação internacional" caiu em flecha e desde 18 de Setembro que Israel não se atreve a fazer qualquer incursão sobre território sírio.

Não é de estranhar, portanto, que as barreiras levantadas à agressividade e ao expansionismo imperiais causem mossa. Neste Nº16 de O Lado Oculto, já online, deitámos o Pentágono e a NATO no divã. O diagnóstico não surpreende, mas explica muito sobre o estado deplorável em que o mundo se encontra: paranoia e esquizofrenia. A Aliança Atlântica, então, esmera-se ao imaginar os cordelinhos manipulados por Putin chegarem a todo o lado, dos separatismos catalão, de Porto Rico, do Hawai e do Texas ao Brexit, coletes amarelos e eleições onde quer que se façam.

Mas nem a NATO nem os seus braços aprendem com os factos e continuam à procura de mais do mesmo. Nos Balcãs, permitem que as suas criaturas terroristas islâmicas do Kosovo ousem transformar-se em exército regular, ofendendo as normas internacionais em vigor; na Ucrânia, o nazismo governante começou a pensar em deitar mãos a armas nucleares, confrontado como está com uma irreversível deterioração político-social e o impasse na guerra que move contra as comunidades russófonas do território; nas Américas, insistem na obsessão de invadir a Venezuela, o que fez com que um dos arautos da ideia, Luís Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) tenha sido expulso da coligação política que, anteriormente, o levou a chanceler do governo do Uruguai; a própria ONU parece contaminada: inerte perante os riscos que ameaçam os Balcãs, entende também que o combate à contínua degradação política, social e humanitária no paupérrimo Haiti deverá assentar em mais efectivos policiais.

Ainda nas Américas, vale a pena ler o trabalho que nos explica como Jair Bolsonaro vai colocar à frente da sua diplomacia um homem, Ernesto Araújo, pronto a "fazer limpeza" na casa por onde já passaram grandes figuras humanitárias da cultura brasileira e da língua portuguesa como Luís de Souza Dantas, João Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Vinícius de Moraes. Sinal dos tempos.

Sinal dos tempos é também a operação "Fake News", o fenómeno em andamento que, partindo de preocupações legítimas e inquietações justificadas, tem uma ambição censória cada vez mais evidente no afã de asfixiar, desacreditar, silenciar, perseguir as vozes que explicam haver mundo para além da versão oficial e global mainstream dos acontecimentos.

Ainda sinal dos tempos, de todos os tempos, é a incapacidade de Portugal segurar os seus cidadãos activos, capazes e bem preparados, de modo a contribuírem para o desenvolvimento do país. Avaliamos as causas da emigração e as conclusões são inquietantes: começámos pela intolerância e estagnamos na falta de respeito pelo trabalho dos portugueses.

21 dezembro, 2018

Hoje, o Jornal da Tarde (RTP1) dedicou a uma não-noticia 21 minutos...


A marcha começou quando passava pouco das 15h30. Dos quatro pontos de partida definidos pela CGTP (Restauradores, Martim Moniz, Santa Apolónia e Cais do Sodré) saíram milhares de pessoas empunhando cartazes “contra as desigualdades e o empobrecimento” em direção ao ponto de encontro no Terreiro do Paço.

A chegada à Praça do Comércio, inicialmente marcada para as 16h00, deu-se com mais de uma hora de atraso, graças à fortíssima afluência, que fez mesmo com que Arménio Carlos classificasse a manifestação como “a maior jamais vista em Lisboa nos últimos 30 anos”. 

Foi quando foi necessário que fosse (Fevereiro de 2012) e o Bruno lembrou-o hoje:
«Já participei em manifestações com centenas de milhares de pessoas, vindas de todo o país, desde Trás-os-Montes ao Algarve, inclusivamente alguns vindos da Madeira e Açores, que foram praticamente invisíveis na comunicação social.
Uma delas, sem quase ser anunciada na véspera pelas TVs e jornais, juntou cerca de 200 mil pessoas, que visibilidade teve? Nos telejornais da noite, por exemplo, a maior reportagem teve menos de 60 segundos, em que 3/4 da reportagem foi a falar sobre um canídeo levado por um manifestante.
Hoje, abro três jornais online, todos eles levantam o braço aos coletes ao darem um especial destaque na primeira página com novidades ao minuto!»
Acrescento eu
Hoje, o Jornal da Tarde (RTP1), dedicou a uma não-noticia 21 minutos de recorrentes e ilustradas afirmações "eram mais os policias que os manifestantes".

20 dezembro, 2018

Redacções do Rogerito (42) - [Natal]

Hoje a stora mandou fazer uma redação sobre a natalidade e eu escolhi falar sobre o Natal porque trata da natalidade da senhora Maria e do pai do menino que foi mesmo o senhor José e não aquele velho a quem o grande comércio e a Popota chama pai de Natal o qual para mim é um impostor pois o que ele é mesmo é pai do consumismo.
Para falar do Natal temos de falar do menino que se chamava Jesus e que não devemos confundir com o outro que está ligado ao desporto que nem correu com os vendilhões do templo nem morreu na cruz pelo que até é injusto chamarem-lhe Jesus. 
O menino Jesus nasce todos os anos e agora não sei se até terá a sorte em nascer mesmo com o que está a acontecer pois se conseguiu escapar ao Herodes não é fácil escapar do Trump que até mudou a embaixada para onde está o governo de Israel e também o Bolsonaro lá vai estar pelo que será difícil escapar seja o menino judeu ou palestino para aquela gente é o mesmo.
Eu gosto muito do Menino Jesus e desejo que se safe embora imagine que não seja nada fácil. 
Me assino
Rogerito


«Ó Meu Menino Jesus» de Fernando Lopes Graça